"O Palhaço" é o grande vencedor do GP do Cinema Brasileiro

Agência Brasil
16/10/2012 às 12:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:16
 (Grande Prêmio do Cinema Brasileiro/Divulgação)

(Grande Prêmio do Cinema Brasileiro/Divulgação)

RIO DE JANEIRO - Escolhido para representar o Brasil na disputa pela indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013, "O Palhaço" foi vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, o equivalente nacional à premiação norte-americana. O filme dirigido e interpretado por Selton Mello, também um dos roteiristas, ganhou em 12 das 13 categorias a que foi indicado para receber o Troféu Grande Otelo. Em segundo lugar no número de indicações (11), "O Homem do Futuro", de Cláudio Torres, faturou duas – as de melhor efeito visual e melhor som.

Além de melhor longa-metragem de ficção, "O Palhaço" foi o preferido na votação dos membros da Academia Brasileira de Cinema para as categorias de diretor, ator (Selton Mello), ator coadjuvante (Paulo José), roteiro original (Selton Mello e Marcelo Vindicatto), direção de fotografia (Adrian Teijido), direção de arte (Cláudio Amaral Peixoto), montagem de ficção, trilha sonora original, figurino e maquiagem. Venceu também no voto popular, que pôde ser dado pelo público pela internet até o início da premiação, na noite de ontem (15), em cerimônia de gala no Theatro Municipal, na Cinelândia, centro do Rio.

Para Selton Mello, o sucesso da produção vem da grande identificação do público com a história dos palhaços e da vida no circo. "O filme fala dos rumos que as pessoas podem seguir na vida. Por meio de um palhaço, eu pude falar de coisas universais", disse o ator e diretor.

Deborah Secco conquistou o prêmio de melhor atriz por sua atuação em "Bruna Surfistinha", filme de Marcus Baldini que também deu a Drica Moraes o Troféu Grande Otelo de melhor atriz coadjuvante. "Lixo Extraordinário', de João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker, foi escolhido pela academia como melhor longa-metragem documentário, categoria em que o público também pôde se manifestar. O preferido pelo voto popular, no entanto, foi "Quebrando o Tabu", de Fernando Grostein Andrade.

O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro também premia o melhor longa-metragem estrangeiro, tanto com os votos dos membros da academia como pela votação popular. Na primeira, o vencedor foi "Meia-Noite em Paris", de Woody Allen. Já o público preferiu o longa de animação "Rio", produção norte-americana dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha.

O grande homenageado da festa este ano foi o cineasta Carlos Diegues, que aos 70 anos de vida está completando 50 de uma carreira iniciada em 1962 com o filme "Cinco Vezes Favela". O anúncio dos prêmios foi entremeado com a exibição de cenas dos mais importantes longas-metragens do diretor, textos de autoria dele sobre os filmes e o cinema e atores caracterizados como Xica da Silva, Tieta do Agreste e o Lorde Cigano de "Bye Bye Brasil" (1979).

Quase no final da noite, Cacá Diegues foi chamado ao palco para receber o prêmio das mãos de José Wilker, Betty Faria e Zaira Zambelli, atores que encabeçaram o elenco de "Bye Bye Brasil". Emocionado, o cineasta disse que recebia o prêmio como "um estímulo para continuar fazendo filmes".

Em entrevista antes da cerimônia, Diegues disse que espera iniciar em 2013 as filmagens de "O Grande Circo Místico", baseado no poema de Jorge de Lima que foi musicado por Chico Buarque e Edu Lobo. "Não será um musical, mas um filme cheio de músicas", adiantou. Para ele, o cinema brasileiro vive hoje uma fase muito positiva, com a produção de mais de 100 filmes por ano. "Nunca vi uma fase tão rica, tão plural, com sucesso de público e de crítica, mas precisamos preservar essa multiplicidade, que faz a grandeza do cinema brasileiro."

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