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Como um dos principais símbolos artísticos do país, o samba sempre esteve presente no cinema brasileiro. Não só na trilha sonora de vários filmes, como também tema de documentários e histórias ficcionais. Um dos precursores do Cinema Novo, o diretor Nelson Pereira dos Santos registrou a vida de um talentoso sambista carioca em "Rio Zona Norte", lançado em 1957.
Vivido por Grande Otelo, o sambista lidera um drama tocante sobre um compositor que perde seu filho e é ludibriado por um empresário, perdendo todo o direito sobre a sua obra. Pereira dos Santos sempre mostrou interesse pela cultura popular e, em 2001, fez uma bela homenagem no curta-metragem "Meu Compadre Zé Ketti", em que faz uma roda com grandes sambistas como Monarco e Nelson Sargento.
Outro fã do samba foi Paulo César Saraceni, que dirigiu em 1988 "Natal da Portela", sobre bicheiro deficiente (Milton Gonçalves) que patrocina a Portela. Um dos seus últimos trabalhos antes de morrer, em abril deste ano, foi o documentário "Banda de Ipanema - Folia de Albino", sobre um popular bloco carnavalesco que participava nas ruas do bairro carioca de Ipanema.
Vários outros cineastas mantiveram sintonia fina com o gênero, como Cacá Diegues e Júlio Bressane, mas nos últimos anos o samba ganhou força mesmo foi no documentário, pegando carona a nonda musical que tomou conta do gênero. A cantora Marisa Monte, por exemplo, comanda uma homenagem à velha guarda da Portela em "O Mistério do Samba" (2008), de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda.
Há dois anos, a diretora Georgia Guerra-Peixe fez "O Samba que Mora em Mim" uma reflexão sobre a permanência do samba nos morros cariocas fora da temporada carnavalesca. Os grandes nomes dessa música também ganharam filmes interessantes, como "Noel - O Poeta da Vila" (2006), "Cartola - Música para os Olhos" (2006) e "Clementina de Jesus - Rainha Quelé" (2011).