Os bichos brasileiros estão soltos, mais uma vez

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
28/12/2012 às 09:13.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:07
 (Divulgação)

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Paulo Munhoz ficou muito assustado ao ser reconhecido no interior de uma livraria por uma criança de nove anos que, além de dizer seu nome, afirmou que o diretor de animações curitibano “é muito importante para nós”.

“Nós”, no caso, significa o mundo infantil. E a importância de Munhoz está no trabalho desenvolvido com “Brichos”, galeria de animais brasileiros (entre eles um tamanduá, um quati e um jaguar) que acaba de ganhar um segundo longa-metragem.

“Brichos – A Floresta é Nossa” estreia hoje em 30 salas do país. É um número respeitável, principalmente por se tratar de uma animação nacional. E também por estar sendo lançado numa época em que as grandes produções americanas de férias chegam ao mercado.

ANJO

Ouvir uma frase tão taxativa e surpreendente do garoto da livraria estimulou Munhoz a encarar o cabo de guerra com Hollywood. “Ainda me lembro do nome dele, Oto. Ele parecia um anjo enviado para dizer que eu estava no caminho certo”, registra o diretor ao Hoje em Dia.

Distribuindo o filme de forma independente, contatando cada rede exibidora do Brasil, Munhoz conseguiu a aprovação de cadeias cinematográficas importantes, que estão tendo o cuidado de não lançar o filme como um tapa-buraco, acreditando no seu potencial.

“Estão acreditando no projeto, colocando o filme em boas salas e horários. Algumas delas com o comprometimento de deixar o filme em cartaz durante todo o mês de janeiro”, anima-se o realizador.

Além desse apoio, Munhoz acredita ainda que o fato de ser um dos três filmes de censura livre em exibição nas férias ajudará “Brichos 2” nas bilheterias. O que não quer dizer que o desenho seja restrito aos pequenos.

CAMADAS

“É um filme feito de camadas de interesse, para agradar tanto as crianças como os pais. Tenho certeza que os adultos gostarão, pois há piadas que só eles entenderão. E outras que as crianças compreenderão melhor”, aposta. Embora tenha sido desenhado e colorido em computador, o longa não foi concebido no formato 3D, usado pela maioria das animações atuais. Uma mudança acarretaria mais um ano numa produção que já tinha gasto cinco anos.

“Ainda não temos muitos profissionais voltados para o 3D”, salienta Munhoz. Mas garante que a tridimensionalidade não será novamente descartada no terceiro filme de seus protagonistas animais.

“Foi meu filho quem deu o start, entrando na minha sala e gritando que teve uma ideia genial para a sequência: uma aventura espacial em 3D”, lembra. Não poderia ser diferente para quem teve um “anjo” mirim em seu caminho.

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