Ouro Preto vira cenário do road-movie “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa”

Paulo Henrique Silva* - Do Hoje em Dia
02/07/2012 às 10:31.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:15
 (Cristiane Oliveira)

(Cristiane Oliveira)

Após passar quase um dia inteiro na estrada, fazendo imagens de paisagens mineiras, Gustavo Galvão é o último a se integrar à equipe do filme “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa”. Vindo de Brasília, o diretor chega a Ouro Preto às 20 horas e o rosto tranquilo impressiona para quem estará no set às 6 horas do dia seguinte, numa rua próxima à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar.

No restaurante onde a equipe está reunida para jantar, entre eles os atores Marat Descartes, Catarina Accioly e Vinicius Ferreira, a serenidade é compartilhada por todos, atmosfera não muito comum a uma produção em início de filmagem.

Protagonista do longa-metragem, o segundo de Galvão, Ferreira explica que a tranquilidade se justifica pelo longo envolvimento com o projeto. “Já vivo o meu personagem há bastante tempo, desde as primeiras leituras do roteiro, em 2006. É tudo tão natural para mim que eu estou conversando agora com você e dentro de algumas horas já estarei filmando. Estou tão envolvido no filme que não há nada mais a fazer a não ser entrar no personagem”, registra o intérprete de Pedro, que foge de Brasília, sem direção certa, para encontrar uma razão de viver.

É assim que o personagem chega a Ouro Preto, cidade escolhida por Galvão para criar o contraste entre arquiteturas tão marcantes. De um lado, o modernismo da capital federal. Do outro, o barroco mineiro.

O diretor, no entanto, avisa que o filme não mostrará a Ouro Preto turística. “Será a cidade de um barroco quase expressionista, devido às experiências traumáticas que os personagens viverão”, diz.

Galvão prefere não detalhar muito o roteiro, por conta das várias reviravoltas que acontecerão. Adianta que “será um road-movie (filme passado na estrada) que subverte a estrutura do gênero, já que esse tipo de filme é feito para dar uma ideia de transformação e crescimento do protagonista”. “E, no nosso caso, achamos que, até determinado momento, Pedro não evolui”, observa.

Personagem em crise

Na conversa com os atores, porém, é possível identificar alguns dos caminhos que a trama seguirá. Ferreira destaca que o filme aponta para a jornada do herói a partir de um jornalista em crise. “A trama previa um personagem de 25 anos, mas percebi que seus dilemas também pertenciam à minha geração, entre 35 e 40 anos. O Galvão até brincou dizendo que eu estava querendo mudar a faixa etária para ser o protagonista”, diverte-se o ator.

Insatisfeito com o trabalho, separado da mulher, Pedro resolve cair na estrada em busca de silêncio.
Na visão de Ferreira, apesar de contrastar com Brasília, a cidade histórica mineira acaba se aproximando da capital nesse sentido. “Em Brasília tudo é muito espaçado, a se perder de vista. E em Ouro Preto há um grande peso histórico, que surge tão opressor quanto Brasília”, compara.

Continue lendo esta matéria na Edição Digital. Clique aqui!


*De Ouro Preto

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por