O portorriquenho Héctor 'Macho' Camacho, que foi por três vezes campeão mundial de Boxe, teve declarada oficialmente sua morte cerebral nesta quinta-feira (22); Agora os médicos esperam a decisão da família do pugilista para desconectá-lo do respirador.

"Já é oficial. Após a avaliação dos resultados do encefalograma, foi declarada a morte de Camacho. O diagnóstico final é de morte cerebral", disse o doutor Ernesto Torres, diretor do Centro Médico de Rio Piedras onde o pugilista foi internado após levar um tiro na cabeça, na última terça-feira. Torres deu as declarações em uma breve coletiva de imprensa em que informou ter se reunido com vários familiares para lhes explicar a situação negativa do boxeador e lhes deu às 11 horas (de Brasília) desta sexta-feira para decidirem quando vão desconectá-lo do respirador. Entre os familiares presentes no hospital está o pai do pugilista, Héctor Luis Camacho, que pediu à mãe e suas irmãs que o desliguem o mais rápido possível, aembora estejam esperando a chegada do filho mais velho do ex-boxeador, Héctor 'Machito' Camacho. 

Torres havia dito à imprensa horas antes que Camacho tinha morte cerebral, mas que faltava uma última análise antes da declaração médica oficial. "É difícil conversar sobre tudo isso com os familiares. Esse caso é difícil, não apenas porque é 'Macho' Camacho, mas porque é um ser humano, mas é parte de nossa função", afirmou o médico à imprensa local e internacional reunida do lado de fora da Sala de Emergência do Centro Médico.

Camacho foi baleado na terça passada em um confuso incidente na estrada PR-167, próximo ao centro comercial Plaza del Sol em Bayamón, quando estava em um carro dirigido por seu amigo de infância Alberto Yamil Mojica Moreno, que morreu no local. A bala que atingiu o pugilista na área do rosto impactou as vértebras C-5 e C-6 e se alojou em seu ombro direito. Ele também sofreu uma lesão na artéria carótida, que afetou o fluxo sanguíneo ao cérebro. "Das quatro artérias que levam sangre ao cérebro, três foram lesionadas. Essa falta de oxigênio causou grandes danos ao cérebro", afirmou Torres.

O Dr. Torres informou que "os familiares acreditam que ele pode contribuir para a vida de mais 4 ou 5 pessoas e por isso doarão seus órgãos". "Trata-se de um homem perfeitamente saudável e pode ser doador sem problemas, o manteremos como está agora, e eles buscarão a lista das pessoas que podem receber seus órgãos", acrescentou o médico.

Torres explicou ainda que para conservar seus órgãos, a equipe médica deverá "manter seu pulso e pressão mediante ventilação mecânica. Se for decidido a doação, tudo deve ser feito com rapidez, pois o coração, por exemplo, deve ser transplantado no máximo em 4 horas", afirmou. O médico acrescentou que o boxeador é um homem saudável e poderia beneficiar várias pessoas com seus "pâncreas, fígado, pele, córneas, coração, fígado e rins. São tantas e tantas partes do corpo que podem ser doadas".

O pugilista fez história no boxe portorriquenho enfrentando os melhores das divisões em que esteve ativo, entre elas seus compatriotas Edwin 'Chapo' Rosario e Félix Trinidad, o mexicano Julio César Chávez, o norte-americano Sugar Ray Leonard e o panamenho Roberto 'Mão de Pedra' Durán, com um recorde de 79 vitórias e 6 derrotas (38 nocautes) ganhando os títulos mundiais de super pluma, ligeiro e super ligeiro na década de 1980.

Em 1983, conquistou a coroa vaga do Conselho Mundial de Boxe no peso super pluma ao vencer em San Juan a Rafael 'Bazooka' Limón por nocaute no quinto assalto. Em 1985, obteve a faixa do peso ligeiro do Conselho Mundial de Boxe ao vencer o mexicano José Luis Ramírez por decisão unânime.

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