Caetano Veloso ostenta cabelos brancos. E algumas rugas no rosto. Certamente marcas que o tempo imprimiu. Mas esta terça-feira (7), que marca o aniversário de 70 anos de vida do baiano de Santo Amaro da Purificação, promete ser mesmo é de descontração. Com direito a muitos presentes.

A Universal Music, por exemplo, aproveita a efeméride para colocar nas lojas o álbum "A Tribute to Caetano Veloso", idealizado pelo músico e produtor galês Paul Ralphes.

O disco traz 16 releituras feitas por artistas convidados. Como Beck (cantando "Michelangelo Antonioni", de 2000), Jorge Drexler ("Fora de Ordem", de 1992), Devendra Banhart ("Quem me Dera", de 1966), Marcelo Camelo ("É de Manhã", 1965), Céu ("Eclipse Oculto", 1983), Seu Jorge ( "Peter Gast", 1983), Mariana Aydar (com a faixa "Araçá Azul", de 1973) e a banda britânica The Magic Numbers ("You Don´t Know", clássico do disco icônico "Transa" que completou 40 anos).

Grammy Latino

Em novembro, Caetano será homenageado como personalidade do ano pelo Grammy Latino.

De acordo com o presidente da Academia Latina de Gravação, Gabriel Abaroa Jr., as canções de Caetano serão apresentadas por convidados e amigos do cantor e compositor (oito vezes ganhador do Grammy Latino e duas vezes do Grammy), um dia antes da cerimônia de premiação, em Las Vegas.

No comunicado, Abaroa disse que Caetano tornou-se o embaixador de destaque da música e cultura brasileira. "É difícil encontrar alguém capaz de empenhar talento, paixão e dedicação tão imensos aos seus projetos criativos, seja na música, na poesia de suas composições ou em sua postura ativista".

Caetano gravou mais de 40 discos, publicou cinco livros e dirigiu um longa-metragem. Viveu em exílio involuntário em Londres, entre 1968 e 1972.

Enquanto se comemora Caetano, o música segue em estúdio, fazendo o terceiro disco com a Banda Cê que será lançado ainda este ano, trabalhando na canção "O Império da Lei" – feita depois que ele assistiu ao filme "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios".

Encontro memorável com Gil, Gal e Bethânia

Era junho de 1964 quando Caetano Veloso, Giberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa subiram ao palco apresentando o show "Nós, Por Exemplo", que inaugurava o Teatro Vila Velha, em Salvador, na Bahia. Misturando canções e textos, "Nós, Por Exemplo" acabou influenciando a concepção de espetáculos de estrutura semelhante às que viriam a ser produzidas anos mais tarde.

Em 1976, o quarteto se reuniu novamente para cantar como um grupo. Os "Doces Bárbaros" estrearam no Anhembi, em São Paulo, com o intuito de percorrer outras dez cidades brasileiras, mas a turnê fora interrompida dias depois, quando Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte de maconha. Após o incidente, em uma das declarações, Caetano afirmou que não fazia uso de drogas, justificando o apelido de "Caretano".


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