Ana Cañas lança seu terceiro disco, "Volta", com linguagem do jazz

Cinthya Oliveira - Do Hoje em Dia
06/08/2012 às 11:14.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:12
 (Rafael Cañas/Divulgação)

(Rafael Cañas/Divulgação)

Depois de lançar dois discos pela Sony Music e de ter algumas músicas emplacadas em trilhas de novelas, Ana Cañas decidiu ser independente. Fundou seu selo, Guela Records, e por ele está lançando seu terceiro álbum, "Volta", que terá distribuição da Som Livre.

O nome escolhido tem duas explicações. "A música ‘Volta’ foi a primeira a ser feita e a minha primeira experiência com gravação em estúdio ao vivo. Gostei tanto do resultado que fiz questão de fazer todo o disco assim. É uma música emblemática", diz.

E continua: "Também simboliza a volta às minhas raízes, pois, pela primeira vez, decidi gravar standards do jazz", conta a cantora, que, além de suas 12 composições, interpreta, aqui, "My Baby Just Cares for Me", sucesso na voz de Nina Simone, e "La Vie en Rose", de Edith Piaf, entre outros clássicos.

A intenção de se referir ao passado não está apenas nas escolhas das músicas, mas também em seus registros. "Gravei os standards com um microfone só, assim como era feito nos anos 1940. Isso foi mágico. Fica muito diferente quando se grava em um único canal", explica.

Influência

Ana tem 32 anos e tem contato com o jazz desde a infância. Para ela, a audição de discos de divas como Ella Fitzgerald, Nina Simone, Edith Piaf e Billie Holiday (que inspirou uma tatuagem em seu braço direito) foram decisivos para que criasse seu próprio estilo.

"Isso acabou fazendo parte do meu jeito de cantar. Dessa influência vem a minha mania de mudar melodias e improvisar", afirma Ana, que tinha receio de interpretar as mesmas músicas de seus ídolos. "Gravar um standard é muita responsabilidade. Tinha medo, embora já cantasse nos shows. Agora passei pelo momento preciso de deixar de lado essa ideia de intocável e me permitir gravar e experimentar", completa.

O show de "Volta" conta com a direção e iluminação de Ney Matogrosso e estreia em setembro, no Rio de Janeiro. Belo Horizonte ainda não está na agenda da moça.

Letras são simples e diretas

Além de ser dona de uma voz privilegiada, Ana Cañas se sai muito bem como compositora. Para "Volta", ela compôs 12 faixas, sendo uma em espanhol ("No Quiero Tus Besos", com Natalia Lafourcade) e uma em francês ("L’Amour").

Suas letras são diretas e simples, com forte potencial para provocar empatia com o ouvinte. Segunda faixa do álbum, "Difícil" tem boas chances de ganhar adeptos: "Será que sou só eu/ que gosta tanto de você assim? Eu quis só falar/ Tentei dizer/ Mas acontece que você/ É difícil, complicado/ É difícil ficar do seu lado". Afinal, quem nunca amou alguém assim, tão complicado?

O tom dramático de "Volta" também tem chances de agradar: "Volta e me deixa de cara/O seu beijo é uma navalha/Que me corta/ Que me fere/ Que eu gosto/ Que tem gosto/ De tudo/ De nada". Já a faixa "Diabo" é provocativa: "Faca na boca do desejo/ No meio das minhas pernas eu te vejo/ roubando de Deus/ Bebendo Veneno./ E agora o diabo vive aqui dentro".

"Volta" teve a produção de Ana junto com Fabá Jimenez e Fábio Sá (músicos que a acompanham há um bom tempo).

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por