Duelo de MCs resiste debaixo do Viaduto de Santa Tereza

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
10/08/2012 às 11:04.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:21
 (Pablo Bernardo/Divulgação)

(Pablo Bernardo/Divulgação)

Há cinco anos, um reduto especial do Centro de Belo Horizonte é invadido por centenas de adeptos do Hip Hop, cativos do Duelo de MCs. No dia 24 deste mês, será lembrada a data em que tudo isso começou.

Porém, durante este mês de agosto, coordenadores do Duelo organizam uma programação especial, às sextas-feiras, a partir das 21 horas, debaixo do Viaduto de Santa Tereza.

Nesta sexta-feira, acontece a "Noite do Graffiti", com diversos artistas das "latinhas" empenhados em criar um grande painel temático próximo ao local dos encontros.

Intervenções de MCs também estão na programação. No dia 17, é a vez de os DJs entrarem em ação. No dia 24 – data do aniversário -, o Duelo de MCs "tradicional" vai contar com os artistas da rima para os improvisos no gogó e no conteúdo.

Celebração

A disputa será feita por oito duelistas da primeira geração de artistas do Duelo. Dia 26 terá o fechamento da celebração oficial dos cinco anos de exercício da rima, da dança, do som e da arte no "Centrão" de BH. Dando uma flexibilizada no tradicional dia do Duelo, em plena tarde de domingo, acontece a final do Duelo de MCs Nacional, com representantes de sete cidades brasileiras.

O resgate do Hip Hop em BH começou em 2007, após eliminatória da Liga dos MCs, encontro promovido por um projeto carioca. "Esse evento trouxe alguns MCs da cidade que não estavam muito em evidência. A gente percebeu que precisava criar um espaço para esta cultura", conta o MC Pedro Valentim, do coletivo Família de Rua, grupo formado por alguns precursores do Duelo.

"Uma semana depois, estávamos na Praça da Estação fazendo o primeiro Duelo, numa rodinha de 20 pessoas. Hoje, tem noite que reúne mais de 1.500 pessoas, todas as sextas-feiras".

Chuva

A transferência do encontro para debaixo do histórico viaduto aconteceu por um motivo simples: esconder das chuvas de verão. "De repente, alguém falou para a gente se esconder debaixo do viaduto. É o lugar onde nós tínhamos que estar. Ficávamos alternando entre a praça e o viaduto".

Hoje, o Santa Tereza virou a casa da cultura Hip Hop na capital. O grupo conta com ponto de energia, alvará para realização do evento até a meia-noite, limpeza e demais licenciamentos.

"Algumas coisas como segurança e infraestrutura básica ainda não são legitimadas. Precisamos de uma atuação efetiva e periódica da polícia", solicita Valentim, contabilizando quase 250 apresentações gratuitas, a maior parte delas, ainda bem, abrigadas da chuva.

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