Filha de B.B. King se apresenta nesta terça-feira no Sesc Palladium

Cinthya Oliveira - Do Hoje em Dia
11/09/2012 às 11:49.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:11
 (Divulgação)

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Shirley King passou sua juventude odiando o blues. Acreditava que era a música a grande responsável pela ausência de seu pai, o maior nome do gênero, B.B. King.

Escolheu a dança como profissão, mas quando a aposentadoria chegou, aos 40 anos, ela se viu tentada a buscar no canto uma nova forma de ganhar a vida. "Tive de entrar no show business e o blues era o caminho mais fácil", afirma, em entrevista ao Hoje em Dia.

Duas décadas depois da escolha, Shirley se mostra muito à vontade quando o assunto é blues. Quem tiver dúvidas disso basta conferi-la no palco do Grande Teatro do Sesc Palladium, onde a artista se apresenta na noite desta terça-feira (11).

Referências

No repertório, não vão faltar referências ao pai: "The Good Times Roll", "Thrill Is Gone", "Rock Me Baby" e "Stormy Monday".

"Sempre andei com meu pai e percebi que quando ele andava pela cidade as pessoas o colocavam em um pedestal. As pessoas às vezes me usam por causa disso. Quero apenas que elas me aceitem por mim, mas nem sempre acontece", diz Shirley. "Não sei, parece que com o passar do tempo ele queria ver o que eu havia aprendido com os anos e eu mostrei que estava totalmente à vontade".

O show conta ainda com outros clássicos do blues – como "Sweet Home Chicago", "Hoochie Coochie Man (Woman)", "I Got My Mojo Workin’" e "Wang Dang Doodle" – e alguns temas da soul music – "I’ll Take You There", "My Girl" e "Mustang Sally". A cantora interpreta ainda uma canção autoral, "Shelter in the Storm".

Brasil

Esta é a segunda passagem de Shirley pelo Brasil – a primeira foi no ano passado. Ela explica que foram pouquíssimas coisas que não lhe agradaram.

Na maior parte do tempo, os brasileiros fizeram questão de deixá-la bastante à vontade. "As pessoas me trataram tão naturalmente, exceto pelo fato de não falarem a minha língua. Passei um tempo muito bom, as pessoas foram cuidadosas. Não são estressadas, são relaxadas", diz a artista, reforçando que a melhor qualidade dos brasileiros é a tentativa de estabelecer comunicação, mesmo sem falar o mesmo idioma.

Shirley chegou a sentir um pouquinho de inveja dos que vivem no litoral. "Quando fui à praia e me sentei em frente ao mar, uma das coisas que passou pela minha cabeça foi: "O meu deus, como deve ser bom morar em frente à praia (risos)".

Estrelas

Uma coisa que ela estranhou por aqui foi ter sido tratada como uma estrela do show business. "As pessoas me paravam na rua pra tirar fotos, até mesmo as crianças".

Shirley aprecia cantoras que se inspiram nas antigas divas para fazerem seus trabalhos – como Tina Turner ou Madonna. Mas demonstra desconfiança sobre algumas artistas que se tornaram fenômenos de vendas. "As coisas que Lady Gaga faz nos shows são criativas, mas parece que as pessoas assistem ao seu show mais para ver essas coisas do que a para ouvi-la. Essa geração está tentando fazer sua música, mas muito do que elas fazem remete às cantoras antes delas. Beyoncé foi colocada em um filme, mas o que ela sabia sobre a Chess?", questiona, se referindo ao "Cadillac Records", em que Beyoncé interpreta Etta James.


Serviço

Show de Shirley King no Sesc Palladium (avenida Augusto de Lima, 420, Centro). Nesta terça-feira (11), às 21 horas. Setor 1: R$ 100 e R$ 50 (meia); Setor 2: R$ 90 e R$ 45 (meia); Setor 3: R$ 80 e R$ 40 (meia).

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