Após 11 anos como vocalista de um dos melhores grupos de samba do país, o Casuarina, João Cavalcanti mostra agora toda a sua versatilidade musical. A Warner acaba de colocar no mercado "Placebo", primeiro álbum solo do artista carioca.

Neste trabalho produzido por Plínio Profeta, fica ainda mais evidente a qualidade do músico, tanto como compositor quanto como cantor. Um artista que vai muito além do samba.

"Não tive restrição de gênero ou estética, pude brincar com tudo que me serve de bagagem musical", diz João Cavalcanti. "Fomos gravando aos poucos, nos intervalos dos trabalhos meus e do Plínio, até que ficasse bem plural, como queria".

O álbum traz apenas um samba, a faixa-título, que contou com a participação de integrantes do Casuarina. "É um samba que não poderia cantar num disco do grupo, porque é muito confessional".

Herança

A diversidade de gêneros do álbum, associada à voz de João Cavalcanti, permite ao ouvinte uma plena associação entre o músico e seu pai, Lenine. Ele entende a comparação e não se incomoda com isso.

"Meu pai é um artista genial, levantou uma escola com sua maneira de cantar, compor e tocar. É normal que eu, que o acompanho de perto, seja tremendamente influenciado", afirma Cavalcanti, lembrando que Lenine começou a carreira com sambas. "A genética age, não há como fugir".

Comparação

O artista tem mais receio das comparações entre o trabalho solo com o Casuarina. "Esse carimbo de artista é um pouco nocivo para a identidade do artista. A única arma que tenho é a coerência. Quando gravei discos com o Casuarina, sempre bati na tecla de que não me sentia confortável com a nomenclatura de sambista. Tenho outras bagagens, como Beach Boys e The Police".

Agora, Cavalcanti irá conciliar as agendas da banda e do trabalho solo. O Casuarina toca em BH, no Music Hall, dia 1º de novembro.

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