Jobim dá o tom em turnê "Plural" pelo país

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
17/07/2012 às 11:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:37
 (Divulgação)

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Música, cor, paixão e uma curiosa história de superação. Munido dessas quatro belezas, o pianista e maestro Marcelo Bratke estreia a turnê "Tom Plural", em Itabira, na região Central, nesta terça-feira (17), às 20 horas, junto com a Camerata Brasil. O concerto vai percorrer dez cidades brasileiras. A vez de Belo Horizonte será em novembro.

Canções conhecidas de Tom Jobim serão apresentadas pelo grupo, mas com pitadas lúdicas de sons da natureza - importante inspiração de Jobim - como o canto dos pássaros. Além de vídeos com a mesma temática, produzidos pela pintora Mariannita Luzzati.

Na homenagem a Tom Jobim (1927–1994), os músicos interpretam canções como "Modinha", "Saudades do Brasil", "As Praias Desertas", "Estrada Branca", "Sabiá", "Wave", "Luíza" e "Samba do Avião". Esta é a terceira montagem do grupo em homenagem a um compositor brasileiro. A primeira foi em alusão à obra de Villa-Lobos e, a segunda, a Ernesto Nazareth.

"Por que escolhi Tom Jobim? É o natural depois dos dois primeiros nomes. Faz com que tenhamos uma árvore genealógica da música brasileira", disse o pianista, por telefone, do Espírito Santo, onde desenvolve vários projetos de ensino musical.

A escolha de Itabira para a estreia da turnê deve-se ao fato de a cidade ser uma das regiões de atuação da mineradora Vale, empresa que patrocina a iniciativa.

Uma característica do município mineiro também é levada em conta na apresentação. "Vamos render uma homenagem a Villa-Lobos, no início do concerto, com a música ‘Trenzinho do Caipira’. Quando estive em Itabira, lembro-me dos apitos dos trens à noite", justificou, a propósito da tradição ferroviária das cidades mineiras.

O pianista criou a Camerata Brasil em 2006, após cirurgia que fez com que superasse um problema de visão congênito. O projeto é composto por orquestra profissionalizante formada por jovens músicos vindos de áreas desprivilegiadas do Espírito Santo.

Em cinco anos, a Camerata Brasil realizou 52 concertos públicos e 46 concertos didáticos em 28 cidades brasileiras, além da gravação de DVDs e CDs e da realização de concertos no exterior. "Hoje, a coisa que mais me irrita é que esses músicos quase não têm mais agenda", afirmou o pianista que os descobriu. Orgulhoso, o maestro disse que disputa a atenção de seus pupilos com ensaios em outras orquestras, apresentações solo e aulas em faculdade de música. Coisa de profissional.

Natureza jobiniana

Mas o tema mesmo desta turnê é a natureza, esta que é uma das principais inspirações jobinianas. A afinidade do mestre da bossa nova pode ser comprovada por meio de explícitos nomes em alguns discos: "Wave" (1967), "Urubu" (1975) e Passarim" (1987). O amor de Jobim pela natureza o levava a longas caminhadas pelo Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Após sua morte, em 1994, um local dentro da área verde ganhou o nome do artista. O Espaço Antônio Carlos Jobim é uma homenagem do Ibama ao compositor carioca.

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