(Divulgação)
A turnê bem-sucedida em várias capitais do Brasil no segundo semestre de 2012 é a prova irrefutável de que o Brasil ainda se interessa pelo Planet Hemp.
Por isso, a caixa comemorativa dos 20 anos da banda que a Sony coloca no mercado deverá ter uma ótima aceitação. O “Box Planet Hemp” apresenta os quatro álbuns do grupo carioca – “Usuário” (1995), “Os Cães Ladram e a Caravana não Para” (1997), “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça” (2000) e “MTV Ao Vivo” (2001). Todos encartados em embalagens simples de papelão.
Além disso, estão ali um livreto caprichado com os encartes de todos os discos e um CD especial, distribuído no Natal de 1996 apenas para amigos da banda.
Em “Hemp New Year”, estão remixes para “Dig Dig Dig” e “Legalize Já”; as versões ao vivo para “Mantenha o Respeito”, “Mary Jane”, “Legalize Já” e Skunk”; e as demos de “Phunky Byddha” e “Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga”.
Contemporâneo
Para muitos, o som da banda pode parecer datado, específico daquela segunda metade da década de 1990, quando a sociedade brasileira se abria para um debate sobre consumo e venda de drogas – a descriminalização do consumo é um assunto ainda em debate.
Mas o Planet Hemp não foi um marco no rock nacional apenas por abordar abertamente o assunto maconha. Era muito mais do que um grupo de músicos que passavam por prisões e processos.
Sua sonoridade era totalmente nova aos ouvidos dos brasileiros e dialogava muito bem com o que havia de melhor nos Estados Unidos – em especial, o Rage Against the Machine. Eram muitas novidades: vozes diferentes, mistura de rock com hip hop, riffs bem criados.
Hoje, quem ouve esse material presente no “Box Planet Hemp” percebe que, embora a discussão sobre a maconha tenha mudado de tom, a relevância permanece. Especialmente quando se atenta, com olhares de século 21, às ótimas sacadas de “Ex-quadrilha da Fumaça”, “A Culpa É de Quem” e “Queimando Tudo”.