Cinto de segurança traseiro também é fundamental

Franciele Xavier - Do Hoje em Dia
14/08/2012 às 11:38.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:27
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Para aqueles que usam o cinto de segurança no banco traseiro do automóvel apenas quando vão fazer longas viagens, dois alertas: primeiro, o uso é obrigatório; e segundo, quem não coloca o equipamento de segurança na parte de trás dos carros pode morrer em um acidente e ainda matar o motorista e outros passageiros.

O médico e membro da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, Guilherme Durães Rabelo, explica que, no caso de uma colisão, o passageiro de trás é lançado para frente com uma força até cinco vezes maior que seu peso, já que o carro para, mas a tendência do corpo é continuar em movimento.

Morte ou lesões

Nesse caso, se estiver sem o cinto de segurança, ele pode atingir o passageiro da frente e o motorista e, mesmo se eles estiverem com o equipamento, correm o risco de não sobreviver ao impacto ou de sofrer graves lesões.

“Quanto maior a velocidade do carro, mais intensa é a força com a qual o passageiro traseiro é lançado para frente. Em se tratando de um adulto com peso médio de 80 quilos, imagine as pessoas da frente recebendo uma carga de 400 quilos nas costas”, diz o especialista.

Mau hábito

Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que 62,7% dos passageiros que andam nos bancos de trás não usam o cinto em situações cotidianas, como ir ao trabalho, à escola ou em qualquer outra que se resuma ao deslocamento do veículo dentro do próprio bairro ou cidade.

Na opinião do perito e especialista em trânsito do Departamento Nacional de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), Marco Aurélio Pereira, isso é consequência de um hábito antigo que os brasileiros tinham de não usar o cinto no banco da frente nem no de trás.

“Com a mudança do Código Brasileiro de Trânsito, que passou a exigir o uso do dispositivo, as pessoas começaram a usar, porém, apenas para fins de fiscalização. Como, na época, os cintos dos bancos traseiros não eram de três pontas e, portanto, não ficavam visíveis aos monitores do tráfego, as pessoas se esqueciam dele. O que elas não pensam é que ele pode reduzir em mais de 50% as chances de morte ou lesões graves em caso de acidentes”, adverte Pereira.

Falta de costume

O empresário Aloísio Caldeira, de 58 anos, faz parte da estatística do IBGE e das pessoas que se esquecem do cinto por falta de costume. Acostumado a andar no banco de trás toda vez que anda de carro, ele confessa que só se lembra de colocar o dispositivo quando vai fazer uma viagem mais longa. “É errado, eu sei, mas é difícil pensar que vai acontecer algum acidente do bairro Belvedere, onde moro, até o Estoril, onde fica a minha empresa. É muito perto, por isso não uso o cinto. Mas vou passar a usar por saber, só agora, que poderia prejudicar outras pessoas”, garante Caldeira.

O estudante Tiago Mendes Ribeiro, 23, já foi vítima de um acidente e teve ferimentos graves porque foi arremessado pelo para-brisa do veículo. O motivo de ter sofrido sérias lesões ele já sabe. “Estava sem cinto. A sorte é que fui arremessado para fora sem atingir ninguém. Sei que podia ter machucado os meus outros dois amigos que estavam na parte da frente. Sem cinto, nunca mais”, afirma.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por