Flexibilidade do bicombustíviel já não convence consumidor

Hoje em Dia
19/03/2013 às 11:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:01
 (Divulgação)

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Os modelos bicombustíveis, que usam álcool, gasolina ou ambos misturados em qualquer proporção, completam dez anos neste mês com o desafio de se tornarem mais eficientes, em termos de consumo. A verdade é que, depois da euforia de sua chegada ao mercado, devido à economia proporcionada pelo uso do etanol, a flexibilidade já não é tão bem-vista.

No ano passado, enquanto o consumo de álcool caiu 9,6% em relação a 2011, o de gasolina aumentou 11,9%, provando que a vantagem inicial ficou no passado. “Os modelos bicombustíveis têm consumo elevadíssimo, se comparados aos convencionais, que usavam apenas gasolina”, reclama o advogado Marco Aurélio Dias, dono de um Fiat Idea ELX 1.4 Flex.

Entre os fornecedores do sistema flexível, há uma corrida para ver quem sairá na frente, com o lançamento de uma nova geração de propulsores bicombustíveis com injeção direta. A tecnologia promete uma redução de 5% a 10% do consumo, além de maior eficiência com uso exclusivo de etanol.

Promessa

Atualmente, 87% dos automóveis de passeio e comerciais leves vendidos no Brasil são bicombustíveis, mas é difícil acreditar na promessa de maior eficiência. “Já estamos na quarta geração do motores flexíveis”, afirma o presidente da comissão de assuntos de energia e meio ambiente da Anfavea, Henry Joseph Jr.

Segundo ele, o próximo salto é esperado só para daqui a quatro anos, com o implemento da injeção direta bicombustível.
“A nova tecnologia vai aumentar a autonomia dos veículos”, garante o chefe de engenharia de sistema da Bosch, Marcelo Leder. Hoje, são necessários 30% mais de álcool, em relação à gasolina, para gerar a mesma energia, por isso o consumo maior com o combustível verde.

Segunda geração

Parte do avanço na eficiência também virá das ações que as montadoras terão de adotar para atender exigências do Inovar-Auto, programa que estabelece metas de consumo. Até 2017, os automóveis terão de reduzir o consumo em geral em 12% na comparação com os níveis atuais.

Leder também chama atenção para a introdução do etanol de segunda geração, feito a partir do bagaço da cana e de outras celuloses. Para o longo prazo, analistas veem o sistema flexível como parceiro dos motores elétricos nos modelos híbridos e, mais à frente, o etanol como agente gerador do hidrogênio para os veículos movidos a célula de combustível. l

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