Governo reinventa regras para indústria automotiva manter seus volumes

Marcelo Ramos - Do Hoje em Dia
25/12/2012 às 09:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:01
 (RENATO COBUCCI)

(RENATO COBUCCI)

O ano de 2012 não foi tão apocalíptico como era esperado. Senão, o leitor não estaria folheando este jornal agora. No entanto, a indústria automotiva brasileira por pouco não se viu em meio a tragédias como queda de volumes e superlotação de pátios, o que provocaria uma hecatombe de demissões.

O Governo Federal, tão solidário aos apelos dos fabricantes, endureceu o jogo com os importadores, modificou as regras com o acordo comercial entre Brasil e México, que impôs cotas de importação, e fechou os olhos para a arrecadação do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), para manter as projeções de 3,6 milhões de unidades para este ano.

E mesmo assim teve montadora que ameaçou cortar postos de trabalho, como a General Motors, que não previu que a descontinuação dos mamutes produzidos no complexo São Caetano do Sul deixaria alguns milhares de operários ociosos.

Renovações

Por outro lado, enquanto a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) chorava copiosamente como carpideiras, para comover o Governo, o mercado observou uma verdadeira renovação no segmento de hatchbacks, tanto nas categorias de entrada como populares e compactos, assim como entre os médios.

Na base da pirâmide, a chegada dos aguardados Toyota Etios e Hyndai HB20 certamente foi o grande destaque deste ano. Ambos são responsáveis pelo início das operações de duas novas fábricas com capacidade de produção na ordem de 150 mil unidades anuais.

Enquanto os japoneses apostaram em um produto racional, com excelente qualificação e sem excessos de perfumaria, o dois volumes sul-coreano recorreu a um estilo arrojado e motorizações sofisticadas, que geralmente não são bem aceitas entre os populares devido ao custo elevado de manutenção. Mesmo assim, o HB20 emplacou quase 12 mil unidades em seus primeiros 45 dias de mercado e o Etios, pouco mais de 2,5 mil. No Brasil, a beleza ainda põe a mesa.

Qualificação

Mas o que se viu, em 2012, é que a passos lentos o mercado vem se qualificando. A chegada de modelos como o novo Citroën C3, assim com Chevrolet Sonic e Peugeot 308, mostra que o consumidor não tá engolindo tanta porcaria como outrora. Até mesmo o Onix, sucessor do Corsa, assim como as plásticas do Gol e Fiat Punto, mostram que os líderes andam preocupados.

Tudo como havia profetizado o “Paulo Coelho” da indústria automotiva, Sérgio Habib, durante o lançamento do JAC J3, em 2011.
 

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