A globalização criou uma falsa impressão de que, hoje, fazemos parte de um mercado internacional sem barreiras e que temos acesso aos mesmos produtos vendidos nos países desenvolvidos. Ledo engano, afinal, desde o iPhone, da Apple, até um Classe A, da Mercedes-Benz, desembolsamos verdadeiras fortunas pelo que japoneses, europeus e norte-americanos pagam uma ninharia.
O Hyundai i10 é um ótimo exemplo dessa lógica perversa: o compacto, que chega à Europa por menos de o equivalente a R$ 30 mil, é infinitamente superior ao nosso HB20, que parte de R$ 33.295. Tudo Não bastasse nosso menor poder aquisitivo, o popular deles traz tudo, enquanto o nosso se contenta com sobras. O i10 dispõe de iluminação diurna com luzes diodo (LEDs), chave inteligente (Smart key) com partida por botão Start/Stop, climatização automática, assistente de arranque em aclives (HAC) e até volante aquecido. Some isso a um pacote de segurança que traz controle eletrônico de estabilidade (ESC), monitoramento de pressão dos pneus e até seis bolsas infláveis, além de freios com ABS e EBD.
Com 3,66 m de comprimento, o i10 é 24 cm menor que o Volkswagen Gol e seu porta-malas, de 252 litros, tem capacidade volumétrica 48 l inferior à do HB20. Não é um colosso, mas seu projeto foi assinado pela equipe do Centro Técnico Europeu, na Alemanha, e isso conta pontos a favor. Aerodinâmica e BlueDrive A combinação de avanço e eficiência começa no design do i10, que tem o menor coeficiente de arrasto (Cx) de sua classe, 0,31. A Hyundai usa aço de alta resistência em quase 30% da estrutura do compacto, que também reclama o menor nível de ruído interno de seu segmento.
Em termos de motorização, são duas versões: 1.0 litro 12V, de 66 cv, e 1.2 litro 16V, de 87 cv. Ambos têm bloco em alumínio e podem ser casados com o câmbio manual de cinco marchas ou com a transmissão automática de quatro velocidades. A variante popular ainda terá a opção BlueDrive, que integra sistema Stop & Go e pneus com baixa resistência à rolagem. Já a mais potente acelera de 0 a 100 km/h em 12,3 s e atinge a velocidade máxima de 171 km/h.
Apesar de investir três vezes mais, na Europa, do que aportou no Brasil, para a produção do HB20, a Hyundai se contenta com menos, no Velho Continente. Lá, o i10 tem 5% de participação em sua categoria, contra mais de 16% do compacto “made in Brasil”.