(Marcelo Ramos)
Há anos, o consumidor brasileiro sonha com um popular digno. Afinal, os compactos à venda no mercado nacional são caros e desqualificados, verdadeiros arremedos desenvolvidos sobre plataformas ultrapassadas, que são vendidos a preço de ouro pelas montadoras. A única esperança do consumidor era o acirramento da concorrência.
Bom, demorou quase duas décadas, mas, finalmente, a Toyota apresentou um modelo que faz jus a seu preço e, o melhor, nem popular é. O Etios não é um primor de estilo e traz apenas o indispensável, mas não há como compará-lo a Celta, Fiesta, Clio e afins.
O modelo que nossa reportagem avaliou é a prova de que os fabricantes fizeram os brasileiros de idiotas durante muito tempo. Afinal, como é que o Etios segue todos os standards da Toyota e, ainda assim, custa menos que seus adversários?
Simples: a marca japonesa é mais eficiente em seus processos e adotou uma estratégia mais inteligente, baixando sua margem de lucro para repetir, entre os compactos, aquilo que fez entre os sedãs. Seu objetivo, a longo prazo, é tomar a ponta.
Diferente
E bastam poucos quilômetros ao volante do primeiro “popular” – não há versão 1.0 – da Toyota para qualquer motorista notar que este é um compacto diferente, qualificado.
Firme e silencioso, o Etios passa impávido pela buraqueira, enquanto a maioria de seus adversários parece que vai desmontar. Aquele som de lata, por exemplo, inexiste no japonesinho, que roda quase como um Corolla.
Em termos de acabamento, é verdade que ele traz os mesmíssimos materiais de outros populares. Mas, no Toyota, a montagem é infinitamente superior e o resultado prático é que não existem grilos em seu interior.
O mesmo vale para os tecidos de forração e para o espaço interno, que é limitado. Seu porta-malas também é apertado, mas este é um automóvel para quem acaba de sair da linha da pobreza.
E até nisso o Etios é mais honesto. Pensado para o segmento de entrada, ele é um recordista de economia (ver ficha técnica). Seu motor bicombustível 1.3 litro 16V de 90 cv é pouco mais potente que uma unidade 1.0, mas ele garante o fôlego que falta aos populares, com menor consumo de combustível.
Instrumentos
É claro que nem tudo e perfeito, a começar pelo quadro de instrumentos centralizado e seu indicador de nível do combustível minúsculo. Sua aparência antiquada também não impressiona, mas não há um defeitos que sacrifiquem seu bolso ou sua segurança. Neste ponto, a Toyota acertou na mosca, com um hatchback feito sob medida e que não deixa dúvidas sobre sua qualidade.
Veja outros detalhes e fotos sobre o Etios na http://177.71.188.173/clientes/hojeemdia/assinantes/index.php