A fábrica mineira da Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, é um dos maiores micos da indústria automotiva brasileira, ficando atrás apenas das desastrosas tentativas da Chrysler. Aliás, na época em que a planta juiz-forana foi construída, alemães e norte-americanos viviam uma tórrida união, que terminou em litígio. E desde 2006, quando a primeira geração do Classe A foi descontinuada, se especula quem será seu sucessor.
Vale lembrar que a Mercedes-Benz até arriscou a montagem do CLC na unidade, derivado do Classe C, em regime CKD, mas sem sucesso. E a resposta para um produto que cole pode ser o novo utilitário-esportivo (SUV) GLA.
Apresentado na última edição do Salão de Xangai, como quarto integrante da inédita família de compactos com tração dianteira, o presidente global do Grupo Daimler, o bigodudo Dieter Zetcshe, chegou a apontar jipinho tinha boas chances de ser feito no Brasil. E a suposta escolha do GLA, em detrimento de demais modelos como o Classe A e o sedã CLA, tem suas explicações:
Viabilidade
A marca precisa fazer com que sua planta juiz-forana se torne uma operação viável e que justifique o aporte milionário, feito nos anos 1990, que certamente ainda não retornou. Optar por um modelo de nicho corresponde a uma operação mais enxuta e de menor volume, do que apostar em um modelo de maior escala, que implica investimentos mais polpudos em mão-de-obra e logísticas, além de margens menores para ser mais competitiva.
Mas o que o novo jipinho tem para oferecer?
O GLA chega para concorrer no segmento dos SUVs compactos de luxo, em que o BMW X1 é o principal personagem – sua produção nacional está praticamente confirmada.
Para fazer frente ao modelo bávaro e ao Audi Q3, que também pode ganhar cidadania brasileira, o GLA lança mão de um belíssimo desenho, além de um conjunto mecânico muito eficiente. Como nos irmãos A 200 e B 200, ele será oferecido com motor turboalimentado 1.6 litro 16V, com potências de 156 cv e 211 cv, para os GLA 200 e GLA 250.
Na Europa, ele também terá opções CDI e sua apresentação oficial será no São de Frankfurt. Quem sabe, até lá, o Zetcshe torna o sonho juiz-forano em realidade?