Será que vai? Indústria prevê ano ruim, sem mamata do IPI

Marcelo Ramos - Do Hoje em Dia
08/01/2013 às 10:16.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:24
 (RENATO COBUCCI )

(RENATO COBUCCI )

O sexto recorde consecutivo de emplacamentos de automóveis de passeio e comerciais leves no Brasil pode até ser visto como um indicador de que a economia vai bem. No entanto, o setor só conseguiu manter o ponteiro da estatística para o alto graças à generosidade do governo federal, que resolveu “cortar na própria carne”, como diria o ex-presidente Lula, e tem mantido a redução no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), que continua freado até abril.

Sem o acalento federal, o setor amargaria um rombo de 400 mil unidades que deixariam de ser vendidas por aqui, como aponta a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). De acordo com o balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram licenciados 3,6 milhões de carros e comerciais leves, ante 3,4 milhões de 2011.

Ou seja, se não houvesse o abono do Governo, fatalmente teríamos um buraco de mais de 10%, que serve de alerta para mostrar que o fôlego do consumo interno está chegando ao seu limite.


Financiamentos

Isso porque a grande maioria dos automóveis são vendidos via financiamento, que muitas vezes se arrastam por mais de 48 meses e, quando findam, o consumidor muitas vezes não tem como renovar o ciclo. Outro fator é o alto custo de produção no Brasil, que limita as exportações e, não precisa ser nenhum gênio para saber, apenas o mercado interno não basta para manter a indústria.

Considerando que, neste ano, o IPI reduzido termina em abril, empecilhos como a restrição de crédito e o elevado índice de inadimplência, a Fenabrave espera que toda a indústria, incluindo também o setor de transporte representado por caminhões e ônibus, atinja o teto de 3,9 milhões de unidades, ante 3,8 milhões de 2012, que corresponde a um crescimento tímido 3,5%. Será?

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