Dos 853 municípios mineiros, três se destacam pela grande densidade de candidatos a prefeito para o pleito de outubro, em relação ao número de habitantes. Em Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Itumirim, no Sul de Minas, e em Heliodora, no Sudoeste do Estado, a proporção é quase de um candidato a chefe do Executivo para cada mil habitantes. O salário pago pelos cofres públicos a esses prefeitos é, em média, de R$ 3.500, segundo interlocutores, mas as prefeituras não confirmam o valor.

Na primeira cidade citada, são oito concorrentes para oito mil moradores, de acordo com o Censo Populacional de 2010. Já Itumirim e Heliodora têm cinco adversários para seis mil habitantes.

Na cidade de Raposos, o Hoje em Dia ouviu quatro dos oito candidatos. Todos eles são unânimes em dizer que o município sofre com o descaso da atual administração. “A cidade não tem fonte de renda além do comércio, a mina de Morro Velho fechou e os políticos daqui não correm atrás”, afirma o candidato Geraldo Magela dos Santos, conhecido como Magela (PR).

Empregador

O candidato Eldeir Luiz da Silva, o Deí Bombeiro (PHS), que já foi vereador em Raposos, conta que se sente preparado para o cargo por ser “o segundo maior empregador da região”. Ele é dono de uma empresa de vigilância e outra de serviços gerais. “Elas são 100% da cidade. Raposos tem que se orgulhar disso. Depois da prefeitura, sou o que mais oferece oportunidades, com quase 100 funcionários”, ressalta.

Na avaliação do candidato Carlos Alberto Coelho, o Sargento Coelho (PSL), que está no segundo mandato como vereador e preside a Câmara Municipal, “todo mundo” quer ser prefeito porque falta “qualidade de vida” na cidade. “Os últimos gestores não tiveram respeito com a cidade. A droga é o câncer daqui, muitos bairros não têm transporte público e não existe guarda municipal”, diz.

Para o ex-prefeito de Raposos, Cléber Cote Solano de Castro, o Cote (PSB), o grande número de concorrentes é característica da democracia. “Todo cidadão pode ser candidato. Cada líder de partido se lança e foca naquilo que a atual administração deixa a desejar”, afirma.

Dissidência

Na cidade de Itumirim, a motivação dos candidatos a prefeito é fruto do atrito entre lideranças partidárias adversárias. “Três nomes não abriram mão desde o começo, mas a deslealdade entre companheiros com os apoiadores levou a cinco candidaturas”, explica o comerciante e concorrente ao posto pela primeira vez, Carlos Alberto Nascimento, o Olodum(PSC).

O candidato Gilson de Oliveira Garcia, chamado de Dr. Gilson (PSDC), comenta que houve muita dissidência política na cidade. “Teve atrito e todos resolveram se lançar como candidatos. Só que minha prioridade é lutar pelo saneamento básico”. Ele concorre ao posto pela segunda vez.

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