Elas são divertidíssimas e merecem respeito – ao menos, pela audácia e criatividade. Representantes de uma época, as capas de vinil (e depois, de CD) foram, por décadas, um dos truques para legitimar ou atrair o público. Mas, ainda que gosto seja algo totalmente discutível, nem sempre o tiro era certeiro ou a ideia, pra lá de original, surtia o resultado esperado.
Para o bem ou para o mal, muitas dessas capas viraram signos de uma era. Do que, por exemplo, era estereótipo da mulher bonita (veja o disco do Trio Nagô, no centro da página) até o que se ditava como símbolo sexual, como as capas dos discos de Prince, Kevin Rowland e Quim Barreiras.



LADY GAGA


A boa (?) notícia é que o “pecado da originalidade” não ficou restrito aos artistas do século passado: o “mau tom”, digamos assim, é tão democrático quanto a opção de comprar ou não uma dessas preciosidades.
Para atestar, não é necessário vasculhar o baú. Veja só os discos da hoje badaladíssima Lady Gaga e do respeitado Cranberries (fotos ao centro). E não para por aí. Outros grandes da música também “erraram’ feio”, mas voltaram atrás rapidinho.



ATÉ OS BEATLES


Em 1966, a Capitol – gravadora dos Beatles nos Estados Unidos – lançou por lá a coletânea “Yesterday and Today” com faixas que ainda não tinham sido lançadas no país.

A capa era uma foto de Robert Whitaker, da série “A Somnambulant Adventure”, e trazia o quarteto de Liverpool vestido de açougueiros, com bonecos e pedaços de carne (veja a imagem nesta página). “Mas a resposta foi tão negativa que o disco foi recolhido no dia seguinte e voltou às lojas com uma capa mais amena”, lembra o planejador de eventos, Jeff Santos.

Fato, resume ele, é que as capas fazem parte da indústria musical e podem, sim, interferir no ato da compra de um disco. “Se fãs vão deixar de comprar porque a capa é feia ou de mau gosto? Talvez não, mas uma capa bem feita pode atrair novos fãs. No máximo, uma capa feia só vai atrair curiosos que pegam o disco pra ouvir pensando: Mas que merda é essa??”, diz Jeff aos risos.
 

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