Cambistas são flagrados vendendo ingressos livremente no Mineirão

Danilo Emerich - Hoje em Dia
21/06/2014 às 17:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:05
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

  Nem mesmo 12 mil policiais militares e todo o aparato das forças de segurança para a Copa do Mundo foram suficientes para barrar a ação de cambistas no entorno do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. A atividade ilegal, que fere o Estatuto do Torcedor, foi livremente cometida neste sábado (21), antes do jogo entre Argentina e Irã.   Brasileiros e estrangeiros vendiam e compravam ingressos na entrada do perímetro Fifa, na avenida Abrahão Caram. Os preços cobrados chegavam a U$ 1.000. Já flanelinhas também agiam nas proximidades e chegavam cobrar, adiantado, até R$ 100 dos “gringos” e R$ 20 de brasileiros. A Polícia Militar realizou várias abordagens, no entanto, apenas um turco foi conduzido tentando revender quatro entradas para a partida do Mundial.   Segundo o chefe da assessoria de imprensa da PM, tenente-coronel Alberto Luiz Alves, os cambistas agem furtivamente, o que dificulta o combate do crime, principalmente fora do perímetro Fifa. Questionado se houve alguma ação específica contra os vendedores irregulares ele disse que o foco da operação foi “a segurança dos torcedores e das pessoas”.   O comandante do batalhão Copa, tenente-coronel Hércules Freitas, também reconheceu a dificuldade de inibir a ação. “Fizemos muitas abordagens, mas quem age assim consegue criar artimanhas para desconfigurar o crime”, disse.   OFERTA E DEMANDA   O que não faltou foi procura pelos ingressos. Centenas de argentinos e também outros estrangeiros sem ingressos se concentraram na entrada do perímetro Fifa, na avenida Abrahão Caram, antes do jogo. Um deles até usou um cartaz com os escritos “tickets” (ingressos, em inglês).   O médico argentino Benício Arias, de 57 anos, foi um dos que buscavam ingressos. Ele disse que pretendia entrar no jogo, mas o alto preço cobrado e a dúvida quanto a autenticidade dos bilhetes o impediu. “É decepcionante, pois agora vamos ter que ver a partida pela TV”, lamentou.   A busca pelo ingresso chegou a motivar até furtos. Um grupo de cinco iranianos tiveram seus bilhetes especiais roubados. Eles eram convidados da Federação Iraniana de Futebol. O engenheiro iraniano Mohamed Marvi, de 54 anos, lamentou a falta de segurança e a de um policial que falasse inglês para auxiliá-los. “É uma pena maior para meu filho, que iria ver seu primeiro jogo da Copa”, lamentou. Cerca de 20 minutos depois deles irem embora, sem registrar queixa, a entrada deles foi liberada.

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