O 3 de junho faz parte da história da Copa do Mundo em Belo Horizonte. Não da competição que começa em nove dias, mas da que foi disputada há 64 anos e teve o Estádio Independência como um dos palcos.
 
Apesar de o primeiro jogo no Gigante do Horto, entre Iugoslávia e Suíça, ter sido disputado em 25 de junho de 1950, o local só foi liberado pela Fifa nove dias antes, após uma visita do italiano Ottorino Barassi, delegado da entidade e que era engenheiro, que aconteceu justamente em 3 de junho. E o cenário não era nada animador.
 
“O terreno está ligeiramente ondulado. Precisa que se passe um rolo compressor”, relatou o dirigente, que ganhou notoriedade ao esconder na Suíça a taça conquistada pela Azzurra em 1934 e 1938, com medo que fosse derretida pelos fascistas durante a Segunda Guerra Mundial.
 
Outra declaração de Barassi deixou claro que o Independência, que começou a ser construído pelo Sete de Setembro, mas que só ficou pronto porque o prefeito da época, Otacílio Negrão de Lima, tomou a frente da obra, recebeu o Mundial ainda sem as condições ideais.  “Depois de concluída a obra, a visão será deslumbrante. Belo Horizonte terá estádio para mais de 20 anos”, projetou o italiano.
 
Só em 16 de junho, Barassi entregou seu relatório à Fifa liberando o Horto. Mas fez duras críticas ao estádio, que não tinha divisão de setores, o que impedia a cobrança diferenciada de preços, e também era aberto.
 
Preocupado com a situação do palco mineiro, o italiano recomendou a realização de um jogo teste para avaliar a funcionalidade das dependências, o que acabou não acontecendo por falta de tempo.
 
A primeira atividade no Independência foi um treino entre titulares e reservas do Sete de Setembro, em 18 de junho, uma semana antes de Iugoslávia x Suíça.
 
Testado

Depois de 64 anos, Belo Horizonte volta a ser sede do Mundial, mas vive uma realidade bem diferente. O Mineirão foi o primeiro estádio a ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014.
 
Testado e aprovado durante a disputa da Copa das Confederações, no ano passado, o Gigante da Pampulha já recebeu jogos e eventos com mais de 50 mil pessoas, como a final da Copa Libertadores e shows de Paul McCartney e Elton Jhon.
 
“O Mineirão recebeu 48 jogos, seis shows internacionais e 1,5 milhão de pessoas desde a Copa das Confederações. É uma arena bem testada”, antecipou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, no último dia 22 de maio, quando fez uma visita surpresa ao local.

Compartilhar