Todos imaginavam que a quarta partida da Copa do Mundo no Mineirão poderia colocar uma equipe já classificada para as oitavas de final diante de outra que não passaria de um saco de pancadas. Esse prognóstico acabou se concretizando, mas os papéis foram invertidos.

A partir das 13h de desta terça-feira (24), a surpreendente Costa Rica, com 100% de aproveitamento, mede forças com a já eliminada Inglaterra, que até agora só perdeu no Brasil.

Antes da primeira rodada da Chave D, considerada o “Grupo da Morte” do Mundial, o senso comum dizia que a seleção costa-riquenha serviria apenas para as equipes tradicionais aumentarem seus saldos de gols. Mas o futebol costuma pregar peças, e as vitórias sobre Uruguai e Itália transformaram esse pequeno país da América Central na primeira sensação da Copa.

“Não existe segredo para o nosso desempenho. É o resultado de um trabalho de muito tempo. Queremos ainda mais, esse é o nosso sonho e estamos preparados física, técnica e mentalmente para isso”, afirma o técnico da Costa Rica, Jorge Luis Pinto.

Futuro

Os ingleses enfrentaram os mesmos adversários, mas acabaram derrotados em ambas as ocasiões. Agora, entram em campo no Mineirão com o pensamento voltado para o futuro.

“O time será diferente em relação às outras partidas. Tenho a intenção de observar alguns atletas mais jovens e quero que eles também possam desfrutar do que é disputar um jogo de Copa do Mundo. Será uma ótima oportunidade para que os mais jovens possam provar que têm potencial para vestir a camisa da seleção inglesa”, afirma o técnico Roy Hodgson.

Apesar do fiasco no Brasil, Hodgson evita falar sobre mudanças profundas no combinado da Inglaterra. O veterano volante Frank Lampard está confirmado diante da Costa Rica. Mas o que ninguém confirma é se esta será sua última partida pela seleção.

Frank tem 36 anos e uma vontade tremenda de atuar pela Inglaterra. Será muito bem-vindo se optar por continuar defendendo o nosso país, pois tem uma experiência profissional que ajudaria muito para quem está chegando agora”, diz o comandante inglês, que garante ter aprendido diversas lições com a participação de sua equipe no Brasil.

“Nesses últimos dias, aprendi o quão doloroso pode ser criar uma expectativa tremenda, se preparar durante muito tempo, e não chegar a lugar algum. Claro que sabíamos que seria um torneio muito difícil, mas não esperávamos que tudo fosse acontecer tão negativamente”, admite o treinador, que teve seu contrato renovado até 2016, quando acontece a próxima edição da Eurocopa.

Tempo suficiente para tentar iniciar uma nova história para a Inglaterra. Resta saber se as dolorosas lições que o Mundial no Brasil passou serão aprendidas por uma seleção que só acumula decepções há quase meio século.

MINIENTREVISTA

Frank Lampard
Volante da seleção inglesa

Esta é sua última partida pela Inglaterra?
Ainda não decidi sobre meu futuro. Vou esperar voltarmos para casa para pensar com mais carinho sobre isso. A partida contra a Costa Rica será muito importante para mim. Pode não valer uma classificação, mas é importante que cada jogador se despeça com uma boa impressão.

Como se motivar para um jogo que não vale mais nada em termos de classificação?
Será um excelente teste de caráter. Todos nós já falamos sobre o quanto estamos decepcionados com essa eliminação na fase de grupos, mas somos homens e temos a obrigação de nos despedir do Mundial no Brasil honrando a camisa da Inglaterra.

Você considera sua trajetória pela seleção inglesa decepcionante?
Não diria isso. É claro que gostaria de ter conquistado títulos pelo meu país, mas não posso dizer que o histórico foi negativo. Defender a Inglaterra era meu sonho de infância, o que almejava desde que pensei que poderia me tornar um jogador de futebol.

Foi uma trajetória com decepções, mas a alegria de vestir a camisa da seleção é muito maior.
 

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