Família Scolari tem nove jogadores com história em Minas Gerais

Felipe Torres - Enviado Especial
05/06/2014 às 07:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:52
 (Fábio Motta e Vanderlei Almeida)

(Fábio Motta e Vanderlei Almeida)

TERESÓPOLIS – Se tudo correr como o esperado, a Seleção fará duas paradas em Belo Horizonte na trajetória rumo ao hexa, que começa em uma semana, no duelo contra a Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. Confirmando o primeiro lugar do Grupo A, o Brasil pisará o gramado do Mineirão nas oitavas de final, em 28 de junho. Seguindo, faz a semifinal também no Gigante da Pampulha, em 8 de julho.

Quando desembarcarem em Minas Gerais, personagens da “Família Scolari” terão o privilégio de se sentir em casa. É que a terra do pão de queijo traz lembranças a alguns jogadores e membros da comissão técnica canarinho.

A dupla de rivais Atlético e Cruzeiro garante presença entre os que vão rolar a bola no Mundial. O goleiro Victor e o atacante Jô são peças legítimas do Galo. Tornaram-se ídolos da Massa durante a conquista da Copa Libertadores do ano passado.

O caçula da turma, o belo-horizontino “da gema” Bernard, de 21 anos, agora do Shakhtar Donetsk (Ucrânia), também ergueu a taça sul-americana pelo alvinegro. O “Ben10” sempre gosta de exaltar suas origens atleticanas.

Legião estrelada

Do lado azul, Jefferson, Maxwell, Maicon, Ramires e Fred. O reserva imediato de Julio Cesar se destacou na base da Raposa. O botafoguense passou cinco anos vestindo a camisa estrelada e acabou negociado com o futebol turco em 2005.

Maxwell, do PSG (França), possui história parecida. O lateral-esquerdo ficou de 2000 a 2001 na Toca. O clube preferiu mandá-lo ao Ajax, da Holanda. A partir daí, se firmou no futebol europeu.

O lateral-direito Maicon, que defende as cores dos italianos da Roma, participou da campanha da simbólica Tríplice Coroa, há 11 temporadas. Ele disputou a Copa da África do Sul, em 2010, como titular do time de Dunga. Agora, é suplente de Daniel Alves.

Por sua vez, a saudade em relação a Ramires ainda se mostra grande. O volante quase comemorou a Libertadores de 2009 pelo Cruzeiro, comandado por Adilson Batista.

Nessa festa dos mineiros, destaca-se o camisa 9 da Seleção. Ele é de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Fred ganhou fama nas categorias de base do América, ao marcar o então gol mais rápido do mundo, na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2000. O atacante balançou as redes do Vila Nova (GO) com três segundos de jogo, num chute do meio-campo.

“Diziam que eu estava na lista de dispensas do América e aquele gol foi importante para que eu continuasse no clube”, já declarou Fred. Do Coelho, ele foi contratado pelo Cruzeiro. Tornou-se a referência do ataque entre 2004 e 2005. A média de gols justifica a idolatria azul: 56 em 71 confrontos, ou seja, média de 0,79 por duelo.

Para completar, o zagueiro mais caro do planeta honra os cidadãos de Juiz de Fora. David Luiz, comprado pelo PSG, por cerca de R$ 186 milhões, junto ao Chelsea (Inglaterra), nasceu em Diadema (SP). Porém, sua família é da Zona da Mata e a maioria dos parente torce pelo Tupi.

Professores já dirigiram os rivais Cruzeiro e Atlético

“Não existe multa contratual, nada que atrapalhe a ida dele para a Seleção Brasileira. Posso garantir que muito menos o Cruzeiro. Queremos que ele fique, mas também desejamos o bem do futebol brasileiro”. Foi assim que o então presidente da Raposa, Zezé Perrella, admitiu, em 11 de junho de 2001, a saída de Luiz Felipe Scolari para a equipe canarinho. O fiel escudeiro de Felipão, Flávio Murtosa, também o acompanharia.

Scolari comandou a Raposa entre 2000 e 2001, após deixar o Palmeiras. Levantou uma taça da Copa Sul-Minas. Quando se despediu de Belo Horizonte, elogiou a estadia na cidade. “BH é uma capital com cara de interior. Aqui, as pessoas nos dão bom-dia nas ruas”, disse o treinador.

O resto da história do gaúcho todos conhecem. Felipão formou sua “família” e abocanhou o pentacampeonato mundial, em 2002, na Coreia do Sul e Japão.

Passagem curta

Além de Scolari e Murtosa, a atual comissão técnica da Seleção Brasileira conta com Carlos Alberto Parreira na função de coordenador. Ele esteve no banco de reservas do Atlético na temporada de 2000. Sua chegada ao Galo foi simultânea à de Felipão no arquirrival Cruzeiro. Porém, o técnico do tetra decepcionou.

Parreira conseguiu permanecer por apenas 27 jogos, com 12 vitórias, sete empates e oito derrotas. O aproveitamento de 53% o derrubou na primeira fase da Copa João Havelange, quando o alvinegro empatou (2 a 2) com o Grêmio, no Mineirão. O curioso que do lado tricolor atuava a revelação Ronaldinho Gaúcho, o grande ídolo da Massa hoje.

A saída do clube alvinegro foi tumultuada. Parreira precisou entrar na Justiça para cobrar direitos trabalhistas.

O Brasil ainda utilizará os serviços do médico atleticano Rodrigo Lasmar e do ex-fisiologista cruzeirense Emerson Silami Garcia, que foi diretor da Escola de Educação Física da UFMG. Lasmar participará da sua terceira Copa do Mundo. Ele esteve presente na conquista do penta, em 2002, também com Felipão, e depois na Alemanha (2006), com Parreira.

Agora, terá a missão de cuidar da nova versão da Família Scolari na corrida pelo hexa. O Brasil estreia em uma semana, no Itaquerão (SP), diante da Croácia, na abertura do Grupo A.

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