Confira detalhes da picape Fiat que promete conforto de carro de passeio

Marcelo Ramos - Hoje em Dia
20/02/2016 às 14:48.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:30
 (Fiat/Divulgação)

(Fiat/Divulgação)

CAMPINAS (SP) – Ter uma picape média era um sonho antigo da Fiat, que se tornou realidade depois da dobradinha com o Chrysler, culminando na formação da FCA. Fabricada em Pernambuco, na planta de Goiana – unidade que os executivos da marca batem no peito para afirmar que se trata da linha mais moderna do grupo no mundo inteiro –, realmente a Toro impressiona, nem tanto pelo seu desenho fora do convencional, mas pelo seu comportamento semelhante ao de um automóvel de passeio.   A persistência dos italianos em ter uma picape de porte maior que sua compacta Strada não é apenas uma questão de orgulho ferido ou obsessão. Na verdade, a Toro é um reflexo de uma tendência de mercado, não só no Brasil, mas em todo o mundo, que tem privilegiado automóveis com aplicações mistas, como uso em fora-de-estrada, espaço interno amplo, volume de bagagem e outras exigências que fizeram com que os utilitários-esportivos (SUV) se tornassem um dos segmentos mais aquecidos do mercado.   Mas a Toro é uma picape e não um SUV?, se pergunta o atento leitor. Sim, a Toro é uma picape, mas sua essência foi herdada do primo norte-americano Renegade, com quem compartilha a base e um universo de componentes. E é esse parentesco que torna sua dirigibilidade tão peculiar.   Partindo de R$ 76.500, conjunto agrada, assim como pacote de conteúdo   Partindo de R$ 76.500, na versão básica Freedom 1.8, equipada com motor flex e transmissão automática de seis marchas, a Fiat deixa claro que seu público alvo são dissidentes de sedãs que almejam um utilitário-esportivo (SUV), de porte robusto e espaço mais amplo. Ou seja, é um veículo familiar sem aptidão para transporte de carga, como se imagina numa picape convencional, assim como a rival Oroch, da Renault, que, inclusive, publicou uma brincadeira no dia do lançamento da rival.   Segundo os executivos, por mais óbvio que pareça, chegar ao posicionamento ideal da Toro demorou. “Fizemos muitas pesquisas, ouvimos clientes e chegamos ao modelo final. Não teremos uma versão abaixo da Freedom, pois essa configuração é o que o consumidor busca, com os itens de comodidade e conforto que eles buscam”, explica o diretor de Planejamento e Estratégia de Produto, Carlos Eugênio Dutra, sobre a ausência de câmbio manual na versão flex, que poderia baratear a picape.  

Lançamento impressiona por comportamento semelhante ao de carro de passeio. Foto: Fiat/Divulgação
Mas como anda a Toro?   A percepção ao volante da picape é bastante peculiar. O uso de estrutura monobloco, desenvolvida a partir da base do Renegade, permitiu uma arquitetura interna muito parecida com a do jipinho. No entanto, o motor 1.8 foi retrabalhado para ir à 139 cv.   Realmente, a sensação é de estar em um carro de passeio. A posição e altura do assento, tanto na frente quanto atrás, é muito parecida como a de um carro comum. Nada de bancos baixos e joelho esfregando no volante. A Fiat tem relutado em correlacionar a picape com o jipinho, mas quem já dirigiu os dois percebe que são basicamente o mesmo carro por dentro. Inclusive na disposição de comandos e instrumentos, mesmo que as molduras tentem dizer o contrário.   No rápido contato com a Toro, seu comportamento agradou. Dirigimos a versão topo de linha Volcano (R$ 116.500), equipada com motor turbodiesel de 170 cv, transmissão de nove marchas e tração 4x4.   Longe de ser um carro de corrida, é perceptível que o peso extra da carcaça exige mais do motor que no Renegade. Por outro lado, a caixa de nove marchas sempre privilegia o regime mais eficiente, e os 35,7 mkgf de torque indicam que ela não terá dificuldades em carregar os 1 mil quilos de carga prometidos.   Apesar de não termos tido oportunidade de rodar no fora-de-estrada, em rodovia o acerto da suspensão impressiona. O uso de conjunto independente na traseira (com enormes batentes para limitar o curso dos amortecedores) absorvem irregularidades do piso e proporcionam bom nível de conforto, inclusive para quem viaja atrás. Um detalhe é o ângulo do encosto do banco traseiro, mais inclinado que as demais picapes, semelhante ao de um carro de passeio.  

Espaço interno e volume de bagagem são diferenciais. Foto: Fiat/Divulgação  
O pacote de conteúdo da Volcano também indica que a Toro não foi feita para carregar pedra. Computador de bordo ajustável, central multimídia, ar-condicionado digital de duas zonas, câmera de ré são alguns dos predicados do caminhãozinho italiano. Mas faltaram ajustes elétricos dos bancos e melhor qualidade do acabamento (com plásticos duros), que são pecados para um veículo de quase R$ 120 mil e que busca substituir o sedã da família.

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