Donos de automóveis podem ser enganados e levar lubrificante inadequado

Sérgio Melo - Especial para o Auto Papo
19/09/2015 às 11:38.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:48

Na hora de trocar o óleo do motor, o mecânico chega e pergunta: “Aí, doutor, os melhores lubrificantes para o seu carro são o tipo ‘x’ da marca ‘y’ e o tipo ‘z’ da marca ‘w’, qual o senhor prefere?” Nessa hora, você faz cara de inteligente e finge pensar no assunto para não parecer “presa fácil”, mas, poucos segundos depois, assina o atestado de ignorância “em quatro vias carbonadas”, ao soltar o famoso “Qual o senhor recomenda?”

Muitas das vezes, a escolha do óleo é similar à determinação do ponto da carne em restaurantes nos quais o garçom nem diz ao cozinheiro o que foi solicitado. Você acaba levando o que eles querem, provavelmente o mais lucrativo para o estabelecimento.

Não é obrigatório passar essa vergonha e nem gastar mais que o necessário. O problema é a preguiça de olhar no manual do proprietário qual é a recomendação de quem mais entende do seu carro, ou seja, “do fabricante”. É impressionante como as pessoas escutam qualquer um, muitas vezes mal informado ou com interesses escusos, ao invés de gastar uns poucos minutos com o livrete, que demandou de infindáveis estudos e investimentos. E saiba que é simples, o óleo tem que atender apenas a características padronizadas pelos institutos SAE – Society of Automotive Engineers e API – American Petroleum Institute, além de corresponder à base química adequada.

Os tipos

A classificação SAE é relativa à fluidez em baixas e altas temperaturas. Um lubrificante SAE 15W40 tem fluidez grau 15 na hora da partida com o motor frio e 40 quando está quente. A API, normalmente expressa por duas letras, estabelece o nível de aprimoramento tecnológico. Em um óleo tipo SJ, o “S” significa que é adequado para motores à gasolina, etanol, GNV ou Flex, enquanto o “J” traduz seu nível. Por fim, quanto à formulação química, ele pode ter base mineral, (derivado de petróleo), sintética (compostos desenvolvidos em laboratório), ou semi-sintética, quando é uma mistura dos duas anteriores.

Como proceder

Na próxima troca, utilize um lubrificante que atenda a essas três exigências, conforme o que estiver escrito no manual, lembrando que quando nada é dito sobre a base, subentende-se que é mineral. Quanto à classificação SAE, você até pode colocar produtos mais avançados, com a segunda letra superior na ordem alfabética, ou seja, um “SL” no lugar de um “SJ”. Da mesma forma, pode optar por um sintético, que é melhor que um semi-sintético, que é melhor que um mineral. Mas não precisa! Estará gastando sem necessidade, além do que, é melhor trocar com maior freqüência um óleo mais barato que atenda aos requisitos, do que ficar muito tempo com um caríssimo lubrificante dentro do motor, cada vez mais contaminado por impurezas.

Por último, peça para o mecânico verificar sinais de contaminação por borra no bocal de abastecimento. Se houver, mande usar um produto de limpeza chamado “Flush” antes de colocar o óleo novo, caso contrário, não precisa.

-A escolha do óleo no posto é similar à do ponto da carne no restaurante: você acaba levando o que eles querem

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