(Sérgio Melo)
Confesso que, após alguns dias com o Duster, passei a vê-lo com mais simpatia. Se as linhas muito arredondadas, com para-lamas protuberantes, “à la” SUVs de 30 anos atrás, não me atraiam (como também à maior parte dos brasileiros, que preferem linhas retas e ângulos bem marcados), o generoso espaço interno, direção agradável e rodar suave conquistam. Quanto ao motor 1.6, que a principio imagina-se não dar conta do carrão, outra surpresa. Embora de forma comedida e sem sobra de potência, o desempenho atende ao uso familiar comportado. Mais alto, como as mulheres “a-do-ram”, não é para quem gosta de correr. No uso familiar, a estabilidade transmite segurança. Sem tração nas 4 rodas, não pense em pegar uma trilha mais pesada, mas a suspensão mais alta encara melhor nossa esburacada aventura urbana. No caso dos quebra-molas, pode até esquecer os menorzinhos, que ele nem nota. Se precisar subir em um meio fio para fugir de um alagamento ou arrastão, ele vai ter muito mais facilidade que os baixinhos. Renault Duster Dynamique Flex 1.6 O QUE É? “Utilitário Esportivo urbano”, ou seja, membro da família dos “SUVs” sem recursos mecânicos para rodar fora das estradas. ONDE É FEITO? São José dos Pinhais – PR. QUANTO CUSTA? A versão testada, “Dynamique”, custa a partir de R$ 69,590. A mais simples, “Expression”, sai a R$ 62.990. COMO ANDA? Motor 1.6 flex, 16 válvulas, 110 cavalos, aceleração 0 a 100 em 12,7 segundos e velocidade máxima 164 km/h. COM QUEM CONCORRE? Seus principais concorrentes custam a partir de: Ford Ecosport (foto) (R$ 66.900), Hyundai Tucson (R$ 64.329) e Jeep Renegade (R$ 69.900). COMO BEBE? Elogiável consumo para um veículo de seu porte. Na cidade, 8,2 km/l, e na estrada, 13,5, ambos com gasolina. ESPAÇO INTERNO Bastante conforto para cinco adultos, melhor que em muitos veículos maiores. Porta-malas grande, com 475 litros, que, rebatido o encosto traseiro, quase vira um furgão, com 1.636 litros. CONTEÚDO Assento do motorista regulável em altura, computador de bordo com 10 funções, direção hidráulica, indicador de troca de marchas que também indica reduções, sensor de estacionamento, rodas em liga, travas vidros e retrovisores elétricos, faróis de neblina e multimídia “touchscreen” com GPS e, viva voz. SEGURANÇA O nosso Duster ainda não foi avaliado pela LatiNCAP para sabermos como se sairia nas colisões, mas o primo muito parecido fabricado pela Dacia levou três das cinco estrelas disponíveis na EuroNCAP. ACABAMENTO Simples e com volumes um pouco exagerados, o revestimento interno tem materiais de boa qualidade. A montagem da carroceria, mecânica e pintura é boa. PONTOS POSITIVOS Espaço interno ECONOMIA Dirigibilidade PONTOS NEGATIVOS Acabamento interno DESEMPENHO Fraco no off-road - Quando foi lançado, só tinha o Ford Ecosport como concorrente. Mas, neste ano, foram três novidades peso-pesado no segmento: Honda HRV, Jeep Renegade e Peugeot 2008. A Renault, atenta, correu para dar uma boa reestilizada, caprichar mais no acabamento e até uma recalibrada no motor do Duster. Dentro das possibilidades, foi um bom resultado... (Boris Feldman)