Entre os principais salões automotivos do mundo, o de Detroit sempre teve um sabor romântico e bairrista. Afinal, a mostra norte-americana, além de abrir a temporada de novidades do setor, é sediada na “cidade do automóvel”, berço das três gigantes (Ford, General Motors e Chrysler). Nesse cenário, é mais do que natural que o american pride se infle, ainda mais que Detroit é uma cidade que busca se reerguer de uma crise econômica que atingiu em cheio os fabricantes norte-americanos, depois que estes demoraram para abrir os olhos sobre a atual ordem mundial da indústria automotiva. Mas, além de carros anabolizados, bem ao gosto do norte-americano médio, a mostra de Detroit também foi palco de lançamentos globais e reedições de superesportivos, como o Acura NSX. A Ferrari japonesa Muito lembrado por ter sido um dos carros de Ayrton Senna, o NSX renasce em Detroit em versão definitiva, após ter sido mostrado como conceito. O esportivo, que foi produzido entre 1990 e 2005, ganhou desenho instigante e se tornou (quem diria) híbrido. O sistema tem nome pomposo: Hybrid Super Handling All-Wheel Drive. Combina um motor elétrico em cada roda dianteira com um V6 biturbo a gasolina central e caixa DCT de dupla embreagem. Potência combinada de 550 cv e tração integral. O novo NSX será fabricado em Ohio, nos EUA, onde será lançado no segundo semestre pelo equivalente a R$ 400 mil. Chegará ao Brasil no ano que vem, com o emblema da Honda, por preços acima dos R$ 600 mil. Alfa Romeo 4C Spider Italiano sabe fazer carro bonito que só. Mais um exemplo é esta variante conversível do 4C, que segue a receita do cupê. O modelo de produção tem chassi de alumínio, estrutura da carroceria de fibra de carbono, motor biturbo de 240cv, tração traseira e caixa automatizada de dupla embreagem com seis marchas. O 0-100km/h eh cumprido em pouco mais de 4s e o carro chega ah velocidade final de 258km/h. Sera lancado nos EUA em abril. Audi Q7 Sabe aquelas resoluções de ano novo de emagrecer? Pois bem, a segunda geração do maior utilitário da Audi cumpriu à risca. O Q7 surge em Detroit 325kg mais leve que o antecessor. A dieta passa pela plataforma MLB – também usada por Porsche Cayenne, Volkswagen Touareg e pelos futuros jipões da Lamborghini e da Bentley. O “cardápio” inclui alumínio e fibra de carbono. No Brasil, chegara no último trimestre, por volta dos R$ 330 mil. BMW Série 6 O tapa de meia vida no visual inclui a linha toda: GranCoupé, Cabriolet e M6. Os modelos ganharam novos para-choques e a grade foi reestilizada. Rodas com desenho diferenciado e mais leds nos faróis também pegam carona no face lift. Por dentro, o console central foi remodelado. Controle de cruzeiro adaptativo passa a ser item de série e a linha agora pode receber o sistema de tração integral usado nos utilitários da linha X da BMW. Cadillac CTS-V Roberto Carlos até pode ter trocado seu Cadillac por um calhambeque. Nos Estados Unidos, porém, o desejo da Cadillac é que os clientes de marcas alemães troquem seus Mercedes e BMW por um CTS-V. O mais potente Cadillac dos 112 anos de história da marca está de cara nova, com uma carroceria mais rígida e motorzão herdado do Corvette Z06. São nada menos do que 640cv extraídos de um V8 com compressor mecânico. Chevrolet Bolt EV
O nome do novo elétrico até parecia uma provocação. A 50 metros de onde o carro conceito era mostrado, uma foto de Usain Bolt decorava o vizinho estande da Nissan. Mas o modelo elétrico da GM dificilmente quer passar a imagem de velocidade do homem mais rápido do mundo. O Bolt é uma proposta de carro ambientalmente correto mais acessível do que o Volt. O compacto parece uma mistura de minivan com utilitário e custará US$ 30 mil. Chevrolet Volt Pouca gente conseguiu ver – e fotografar – a segunda geração do Volt no Consumer Eletronics Show (CES), em Las Vegas, na semana passada. Também, pudera: o híbrido plug-in apareceu na velocidade da luz (sem trocadilhos) no evento de tecnologia. Tudo para não esvaziar sua apresentação em Detroit, com o novo 1.5 Voltec de 101 cv – que substitui o 1.4 Ecotec de 80 cv – para alimentar as novas baterias de lítio, que movem o motor elétrico com 149 cv. Ford Mustang - Shelby GT350R A cobra já fuma na nova geração do Mustang. A versão Shelby GT350 ressurge em Detroit mais de quarto décadas depois e fazendo jus às tradições. Usa motor V8 5.2 com virabrequim plano, 500cv e torque de 55kgfm. A caixa é manual de seis marchas e, no visual, destaque para os defletores e as entradas de ar mais generosas sobre o capo. Ar-condicionado, som e bancos traseiros, só como opcional! GAC GS4 A única marca chinesa no Salão de Detroit não chegou a entrar no salão de festas principal. A GAC ficou, digamos, na cozinha. Em um espaço diminuto no corredor de entrada do Cobo Hall, acabou atraindo olhares e flashes curiosos. O fabricante apresentou pela primeira vez o GS4, um utilitário-esportivo médio. Só é difícil acreditar que os norte-americanos, afeitos a carros e motores gigantescos, vão encarar o jipinho com porte de EcoSport. Hyundai Santa Cruz Concept
A marca sul-coreana quer fazer a linha alternativa e despojada. Tudo para atrair mulheres e consumidores mais jovens para o mercado de picapes, no qual só 7% dos clientes têm menos de 30 anos. Esta eh a intenção da Santa Cruz, um conceito que lembra a ideia da Renault Oroch. Este “ensaio” tem linhas que fogem do desenho genérico das picapes e dimensões para o gosto norte-americano. Mercedes-Benz GLE 63 AMG Coupe A marca alemã diz que esse é o ano do SUV para o fabricante. E isso inclui uns destes controversos utilitários metidos a cupê. O GLE Coupe surge para brigar com o também controverso BMW X6. Antes, porém, vai brigar com dinossauros no longa-metragem “Jurassic World”, que estreia em junho no Brasil. O carro chegara depois ao país, no último trimestre, em duas versões. Mercedes-Benz C450 AMG Sport
O Classe C ganha uma versão que marca o lançamento da linha AMG Sport. O nome poderia sugerir modelos mais esportivos do que os AMG atuais, mas a nova família será, na verdade, intermediária. Vai brigar com os Audi S Quattro e os BMW M Performance, enquanto a AMG vai para a luta de pesos-pesados contra os RS e M. O melhor é que o C450 chegara ao Brasil já em meados deste ano, com seu V6 de 367cv. Mini John Cooper Works Formiga atômica. Assim poderia ser apelidado o Mini mais potente da história. Esta nova geração do John Cooper Works é pura ostentação, com seus 231cv gerados por um motor biturbo. É o suficiente para fazer de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos. Para domar a fera, novos freios Brembo e diferencial eletrônico autoblocante, além do visual invocado. Chegará ao Brasil em meados deste ano. Nissan Titan XD Não é preciso vir aos EUA para conferir como os caras gostam de picapes grandalhonas. Basta ver qualquer filme americano que elas estão lá, desfilando por ruas gigantescas. E para este mercado poderoso, a Nissan tratou de lançar a nova geração da Titan, com direito a documentário na internet. Para manter a briga com Ford F-150, Ram 1500, Toyota Tundra e Chevrolet Silverado, recorreu a um motorzão 5.0 V8 da Cummins, com 310cv. Porsche 911 Targa 4 GTS Nos 50 anos do modelo, o 911 Targa estreia a versão GTS no auto show ianque com bastante disposição. O carro aparece no Salão com seu motor mais potente, de 430cv (20cv a mais), tração integral e pacote Sport Chrono, o que garante mais aerodinâmica para o carro e o credencia a acelerar de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos e superar os 300 km/h. No visual, destaque para as rodas pretas com aros de 20 polegadas e para a grade frontal no mesmo tom. Volkswagen Cross Coupe GTE A marca alemã tem se especializado em fazer conceitos de utilitários que não saíram do papel. Depois de T-Roc, Cross Blue, Taigun, entre outros, a bola da vez é o Cross Coupe GTE. Com porte do Tiguan, o modelo é mais um na onda dos jipes com caimento acentuado da terceira coluna – leia-se SUVs como BMW X6 e o estreante Mercedes GLE Coupe – e poderá servir de base para um novo SUV da VW.