(Ferrari)
Boa parte das Ferrari que saíram de Maranello têm histórias para contar, mas poucas são tão passionais e insólitas como o Dino 246 GT, que poderá voltar às ruas em 2019. Batizado em homenagem ao filho morto do Comendador Enzo Ferrari, o esportivo produzido entre 1969 e 1974 foi o único modelo da marca a utilizar motor V6. E por essa razão, o Dino sempre foi visto com maus olhos pelos entusiastas da marca.
Mas é justamente o motor V6 que promoverá o retorno do filho pródigo. A Ferrari busca um modelo abaixo do California T, para ocupar a base da gama e estrear um inédito biturbo V6, que poderá substituir os atuais V8 aspirados da casa.
Voltando ao Dino original, o cupê chegou ao mercado, nas versões GT (Berlinetta, ou cupê) e GTS (Targa, com teto rígido destacável). Ele pertencia a uma marca secundária da Ferrari, de baixo custo para concorrer com o Porsche 911, tanto que ainda é o único modelo de Maranello que não tem o Cavallino Rampante estampado no capô e nas laterais, assim como a assinatura Ferrari. Nele, constava só a logo retangular com o inscrito Dino.
Conceito eternizado
Apesar de renegado, sua arquitetura serviu de inspiração para a linha de modelos com motores V8 posteriores, como o atual 488 GTB. Até aquela época, todos os Ferrari tinham motores V12 dianteiros e a solução de engenharia do Dino permitiu não apenas a criação dos V8 da família 300, mas também os furiosos 512 GTB, Testarossa e por aí vai. Nos cinco anos que esteve em linha, foram feitos 2.295 unidades do GT e 1.274 do GTS.
Seu V6 2.4 litros de 195 cv (daí a inscrição 246) era acoplado a uma transmissão manual de cinco marchas. Seus desempenho se mostrava superior ao 911, que no final dos anos 1960, extraia de seu boxer 2.2 alto em torno de 155 cv, o que acabou forçando Ferry Porsche a buscar mais desempenho de seu cupê, o que culminou no lendário 911 RS e posteriormente no 911 Turbo, mas isso é outra história.