Daniel Figueiredo Borja: Agora é tempo de fomentar o mercado interno

Paulo Leite - Hoje em Dia
23/12/2015 às 11:44.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:26
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Aos 43 anos, com 25 deles dedicados a criação de cavalos da raça mangalarga marchador, o empresário Daniel Figueiredo Borja assume no próximo dia 5 de janeiro a presidência da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM). Respeitando e reconhecendo a contribuição de cada ex-presidente, ele acredita que é tempo de valorização do mercado interno e da expansão territorial do mangalarga marchador que já é oficialmente reconhecido como “raça nacional”.

O senhor assume o comando da ABCCMM quando ela comemora 60 anos, quais os principais fatores do sucesso da associação que irá presidir?

O maior sucesso é o nosso cavalo, por suas qualidades de sela, suas habilidades, seu temperamento, que fazem com que qualquer pessoa, independente de seu grau de equitação, tenha prazer em montar. Entendo que essa última gestão em especial, teve uma sintonia com o bom momento econômico do país. Foram feitas inúmeras ações de marketing e de projeção comercial tornando o marchador comercialmente muito atrativo. O que observamos foi esse crescimento tanto em animais de marcha batida, como os de marcha picada.

Como continuar esse processo virtuoso numa economia com menor crescimento?

Esse será nosso grande desafio no comando da associação. Crescemos e nos estruturamos. Agora é hora de aumentar nossa participação no mercado nacional. Queremos ter presença com nossos criatórios em todos os estados da federação. Do sul ao norte do Brasil não haverá um estado em que nosso cavalo não estará presente, com núcleos e com toda a estrutura da associação.

Pesquisas recentes apontam para um crescimento do desejo dos moradores dos centros urbanos pela compra de cavalos. O que a Associação pode fazer para uma maior participação nesse mercado?

Vamos fomentar as cavalgadas, eventos como o “Caminhos do Marchador”, provas de habilidade e ação, que são atividades que incentivam a participação dos usuários do cavalo em todo o Brasil. Além disso vamos criar um banco genético trazendo garanhões e matrizes comprovados para centros de reprodução ajudando assim os pequenos e médios criadores, dando-lhes a oportunidade de ter animais de qualidade a um custo acessível, oferecendo cada vez mais animais de ponta aos usuários do nosso cavalo.

A associação recentemente ajustou-se a normas e determinações do Ministério da Agricultura. Na sua opinião como isso contribui para o desenvolvimento da raça?

Temos que entender que somos uma raça com um processo de seleção recente e por isso com problemas de consistência desse material genético. O termo de ajustamento foi assinado em três etapas. A primeira nos determinou a adequação da documentação dos animais já registrados em nosso serviço genealógico. Num segundo momento trouxemos animais que não estavam registrados, mas que tinham material genético de seus ancestrais na associação e agora, num terceiro momento, estamos realizando os registros em livro aberto, dando a oportunidade aos criadores de animais com caracterização morfológica e aptidão de marcha, inscreverem os animais aprovados na ABCCMM. Fizemos recentemente uma primeira avaliação onde, dos quase 80 animais inscritos, 63 deles foram aprovados pelo serviço genealógico da associação. Nesse evento alguns criadores que não eram associados e que tiveram seus animais aprovados, passaram a pertencer aos quadros da ABCCMM.

O senhor é, para os padrões brasileiros do associativismo, novo para ser presidente. Como gostaria de ser reconhecido por seu trabalho à frente da ABCCMM?

Pela transparência, por minha capacidade de trabalhar e montar uma equipe determinada e produtiva que amanhã possa continuar sendo referência para os criadores. Pelo fomento da raça, incluindo todos os criadores nas realizações da associação e atraindo novos apaixonados por um cavalo de sela, lazer e esportes. Desejo dar continuidade a tudo de bom que foi feito pelos meus antecessores, mas também trazer novidades. É ideia de nossa diretoria, montar uma cooperativa nacional do mangalarga marchador, reunindo vários produtos como: ração, nutrientes, medicamentos, insumos, sementes, material de selaria, enfim tudo aquilo que os criadores fazem uso, proporcionando a todos um diferencial na hora da compra, com produtos e serviços que levem a chancela da ABCCMM.

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