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Uma data que entrará para a história do mercado de flores em Minas Gerais. Assim os organizadores esperam que seja o 1º Dia de Campo Cultivo de Flores e Folhagens Minas Flor, que será realizado no dia 27 (sexta), no Sítio Mangueiras, em Igarapé, a 48 km de Belo Horizonte. Pela primeira vez, representantes de toda a cadeia produtiva estarão reunidos para mostrar a força do segmento e discutir as medidas necessárias para ampliar a participação da floricultura mineira no cenário nacional. Entre elas está o fim da informalidade e a necessidade de um espaço com infraestrutura adequada e que possa abrigar todos os produtores, já que o atual, no Bairro São Paulo, em Belo Horizonte, já não comporta a demanda.
Nos últimos anos, a floricultura brasileira tem mostrado um vertiginoso crescimento, com Minas Gerais acompanhando essa tendência de alta, o que posiciona o estado como um dos maiores produtores de flores e plantas ornamentais do país.
O volume comercializado tem crescido nos últimos anos entre 8% e 10%, mantendo-se em alta de 15% em valor de produto. Dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) indicam que, apesar de ter apresentado alta nos últimos 10 anos, o segmento de flores tem ainda muito espaço para expansão, uma vez que o consumo per capita de flores é estimado apenas em quase R$ 27, na média nacional. O Brasil conta, atualmente, com 8.248 produtores de flores e plantas.
Relevância
Esse mercado de flores tem significativa importância na economia do país, pois garante emprego direto a 215.818 trabalhadores, sendo 78.485 (36,37%) relativos à produção, 8.410 (3,9%) à distribuição, 120.574 (55,87%) ao varejo, 8.349 (3,8%) em outras funções, em maior parte como apoio.
Ainda segundo o Ibraflor, o faturamento do setor deu um grande salto em 2012, saindo de R$ 4,8 bilhões para R$ 5,2 bilhões em 2013; e de R$ 5,7 bilhões em 2014 para R$ 6,1, bilhões em 2015, atendendo à expectativa de crescimento de 8%.
Juntamente com São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, Minas Gerais destaca-se na região Sudeste como carro-chefe na produção de flores e plantas ornamentais.
As últimas estimativas indicam que existem quase 600 produtores no estado, em mais de 2,2 mil ha de área plantada.
Eventos técnicos e palestras para levar aos produtores conceitos de qualidade
A Minas Flor, juntamente com a Secretaria de Agricultura, e com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas (Emater) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), realizará o 1º Dia de Campo. O local do encontro, o Sítio Mangueiras, é de propriedade da Minas Flor, onde a empresa tem quase 9 ha de área plantada, sendo 2 ha de flores de corte e o restante de folhagens.
“Entre o que vamos mostrar e falar aos produtores na próxima sexta-feira está o fato de que, se alguns continuarem na informalidade, não terão a oportunidade de crescer nunca. Vamos apresentar a eles o potencial de Minas e dizer que se eles produzirem bem e com qualidade, investirem na atividade, a própria Minas Flor irá adquirir os produtos deles, sem que seja necessário que se preocupem com as vendas ao mercado paulista. Nós queremos parceiros de Minas Gerais e não de São Paulo”, enfatizou Wagner Araújo.
Na abertura do 1º Dia de Campo, os cerca de 150 participantes – entre inscritos e convidados – conhecerão os conceitos do trabalho da Câmara Técnica Setorial da Floricultura de Minas Gerais, bem como a situação do mercado de flores em Minas Gerais, podendo tirar todas as dúvidas. Também estão previstas visitas e palestras a cinco estações de plantio da Minas Flor.
Visitas
Além da visita à ‘Estação de Folhagens’, que será acompanhada da palestra de Márcio Araújo, haverá ainda visitas às seguintes estações: ‘Colheita e pós-colheita de flores, com ênfase em lisianthus’, que terá a palestra do engenheiro agrônomo da Minas Flor, Assis Francisco Ferreira; ‘Manejo de irrigação para flores e folhagens, com ênfase em murta, pitospório, lisianthus e hortência’, que será acompanhada de palestra do engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Uberlândia, Ernesto Rodrigues; e ‘Manejo de nutrição para flores e folhagens, com ênfase em murta, pitospório, lisianthus e hortência’, com palestra do engenheiro agrônomo especialista na área de flores e folhagens, Leandro Lyra.
Para encerrar o 1º Dia de Campo, haverá uma confraternização. “Não foi fácil articular a realização desse evento, que só sairá porque nós persistimos e porque, além dos nossos apoiadores, pudemos contar também com parceiros como a Nutricampo, Cinap - Central de Insumos e Negócios Agropecuários, Ball Horticultural do Brasil, Projetar - Montagem de Câmera Fria - e Dufrio Refrigeração, que, como nós, também querem a profissionalização e o fortalecimento do segmento em Minas.
Temos a certeza que esse encontro será tão produtivo e satisfatório, não somente para toda a cadeia do setor de floricultura mas como para todo o mercado mineiro, tanto que, em breve, estaremos realizando um novo dia de campo”, acredita Márcio Araújo.
Os interesados ainda podem fazer as inscrições para o 1º Dia de Campo Cultivo de Flores e Folhagens Minas Flor pelo site: agricultura.mg.gov.brr/cidadao/eventos.
Profissionalização, estímulo e espaço físico adequado para avançar
Cerca de 160 espécies de flores de corte e de vasos são cultivadas em Minas Gerais. E apesar de acompanhar o crescimento nacional, de 8% em média, Minas ainda tem muito mercado a conquistar, já que grande parte dos produtores do estado ainda não é registrada pelos órgãos de agricultura e não investem em novas técnicas e tecnologias de manejo.
Este é um dos principais motivos que fizeram com que a Distribuidora Minas Flor estimulasse os representantes do segmento, empresas e entidades do governo para a realização do 1º Dia de Campo de Cultivo de Flores e Folhagens.
“Temos demandas para produzir e comercializar, mas os produtores, em geral, ainda estão muito atrasados, não investem em novos processos, não acompanham as novas técnicas. Sem falar que muitos ainda trabalham na informalidade”, explicou o diretor da Distribuidora Minas Flor, Márcio Vicente de Freitas Araújo, que fará palestra no evento com o tema “Manejo de folhagens, com ênfase em murta e pitospório”.
As dificuldades com a escassez dos recursos hídricos em Minas acabaram prejudicando o trabalho no campo, diminuindo a produção e fazendo cair a qualidade, o que obrigou a Minas Flor a ampliar as compras por flores em São Paulo, uma vez que a empresa também comercializa em Belo Horizonte e região. “Temos muita terra aqui para o plantio, além de bom clima e disposição de alguns. Precisamos investir no estado, corrigir os gargalos que existem”, disse o diretor Wagner Marcílio Freitas Araújo, que explicou que 80% das flores adquiridas hoje pelo consumidor em Minas foram primeiramente vendidas a comerciantes paulistas, que as revenderam a distribuidores mineiros, o que aumenta o custo e provoca evasão de receita.
Distribuição
Para que isso não aconteça, os irmãos Márcio e Wagner Araújo defendem a necessidade de criação, em Belo Horizonte, de um bom centro de distribuição comercial, assim como o Ceagesp em São Paulo, que contou com recursos da iniciativa privada, no caso de Holambra, mas que teve também investimentos do setor público.
Segundo os irmãos proprietários da Minas Flor, a Central Municipal de Abastecimento (CAM) abriga num galpão, no bairro São Paulo, 30 produtores, que acondicionam mal os produtos, sendo até mesmo “desestimulante para a atividade”, na opinião deles existe a necessidade de reestruturação pois o local não oferece espaço suficiente para atender o potencial do estado.
Diante disso, só resta mesmo a alguns buscar produtos num mercado mais organizado e já estabelecido, como o de São Paulo, mesmo que essa busca resulte no impacto nos negócios, em custos mais elevados e no enorme tempo perdido em viagens. “E não precisaria, pois temos quase todas as espécies em Minas”, completou Wagner Araújo.
O que falta aos produtores mineiros é acreditar na capacidade que têm de produção e comercialização e enxergar que no estado há muita demanda para negócios com floricultura.
“Vamos mostrar ao produtor que ele precisa acreditar nesse mercado, que tem potencial para crescer se ele produzir bem”