Hortigranjeiros exigem políticas agrícolas

Maria Helena Dias - Especial para Força do Campo
28/10/2015 às 08:19.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:14
 (Erwin Oliveira)

(Erwin Oliveira)

O movimento do consumidor moderno, que preocupado com a saúde e o bem-estar passou a buscar por alimentos de qualidade, sem agrotóxicos e produzidos de maneira sustentável, além da busca pelo fim do desperdício de alimentos, foi um dos motivos que reuniu, na última semana, representantes do governo e entidades ligadas ao setor, no Edifício Minas Bolsa, na CeasaMinas, em Contagem. O seminário ‘Alimentos Hortigranjeiros de Qualidade – Do Campo à Mesa’ contou também com empresários e produtores rurais dispostos a discutir os desafios e tendências do mercado.

O documento Perspectivas Agrícolas 2015-2024, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), estima que o Brasil será o principal fornecedor de alimentos do mundo nas próximas décadas. Nesse contexto, o pequeno produtor terá um papel cada vez mais importante no mercado, sendo a agricultura familiar uma das principais ferramentas para a garantia do crescimento sustentável de produção de alimentos, já que as propriedades familiares representam mais de 80% das unidades de produção, segundo dados da FAO.

Outra informação interessante é que o consumo de alimentos saudáveis no Brasil vem crescendo gradativamente. Um estudo da agência de pesquisa Euromonitor aponta que 28% dos brasileiros consideram o valor nutricional dos alimentos o critério mais importante na hora de consumir um produto, enquanto 22% dão preferência a alimentos naturais e sem conservantes.

Desperdício

Todos esses dados foram lembrados pelo secretário de Agricultura de Minas, João Cruz Reis Filho, ao proferir a primeira palestra do seminário: “Políticas de abastecimento para assegurar alimentos hortigranjeiros de qualidade do campo à mesa”. Entre os números da FAO destacados por ele está a constatação de que um terço dos alimentos do mundo é desperdiçado, principalmente nesse difícil momento da economia”, e enfatizou: “Não podemos compactuar com esse desperdício.

Para João Cruz, que aposta na superação da crise política para que o país deixe a instabilidade econômica, esse é um momento de oportunidades para o agronegócio. “O setor mais competitivo e dinâmico da economia brasileira em âmbitos nacional e internacional é o da agropecuária.

A crise afeta, sobretudo, o consumo de produtos supérfluos, mas o de alimentos continua sendo a exigência básica da existência humana. Eu não tenho dúvidas que o setor que ajudará o país a sair da crise é o agrícola”, destacou.

Eles dão o exemplo

Não é tão simples garantir produtos de qualidade e atender às exigências de uma produção sustentável. No entanto, alguns produtores já estão provando que para conseguir esse mérito, o primeiro passo é ter iniciativa. Durante o evento, foi possível conhecer e homenagear o trabalho de produtores mineiros de frutas e hortaliças, que se destacam na adoção de práticas que garantem a segurança e a qualidade dos produtos. O prêmio Horticultor Destaque 2015 foi entregue em duas categorias: Pequeno e Grande Produtor.

Na categoria ‘Pequeno Produtor’, os vencedores foram Alfredo Vasconcelos, produtor de frutas, e Paulo Sérgio Rossa, produtor de tomates e hortaliças, em Jaboticatubas.

Na categoria ‘Grande Produtor’, venceram os horticultores: Carlos Antônio Mendes Morais, produtor de frutas, em Barbacena, e Carlos Hanke, que planta hortaliças, tomate e pimentão, no município de Onça do Pitangui.

“As centrais de abastecimento deveriam valorizar a capacitação profissional e, consequentemente, dar foco à redução de perdas” (Laerte Gestich - Grupo Benassi)
 

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