Programa amplia oferta de bezerros melhorados no Vale do Jequitinhonha

Hoje em Dia
17/06/2015 às 08:11.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:31
 (Divulgação)

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O investimento em animais de alto padrão genético tem sido a opção de muitos pecuaristas do Vale do Jequitinhonha para melhorar a qualidade do rebanho bovino produtor de carne e de leite. Com o auxílio do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino de Minas Gerais (Pró-Genética), pequenos e médios pecuaristas da região estão conseguindo adquirir touros melhoradores e, consequentemente, ampliar a oferta de animais para comercialização, principalmente bezerros de corte.

“Com a intensificação da atividade pecuária bovina em outras regiões de Minas e do Brasil, como a prática da engorda de bovinos em confinamento, existe uma forte demanda pelo bezerro, e o Jequitinhonha possui importância significativa para atender a procura”, explica o coordenador estadual de Bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), José Alberto de Ávila Pires.

O Pró-Genética é um programa do governo de Minas, com participação da Emater-MG e em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e outras entidades do setor. O programa promove leilões e feiras em todo o Estado, onde os pecuaristas podem adquirir touros de alto padrão genético com condições facilitadas de pagamento.

Feiras e leilões

Em 2015 já foram realizadas duas feiras de touros do Pró-Genética no Vale do Jequitinhonha, nos municípios de Araçuaí e Santo Antônio do Jacinto. Os eventos registraram a comercialização de cerca de 60 touros – 95% dos animais ofertados.

As feiras e leilões acontecem acompanhadas de seminários e mostras práticas que explicam para os pecuaristas todas as vantagens e cuidados necessários ao adquirir um touro de elite. Desde o lançamento do programa, em 2006, foram realizados 193 eventos em todo o Estado, com 6.500 touros vendidos.

“O Jequitinhonha possui vocação natural para a atividade bovina, e em especial para a cria, ou seja, a produção de bezerros de corte. O número de fêmeas com capacidade de reprodução é bastante expressivo. Um touro de elite, criado em condições sanitárias e com alimentação ideal, pode acasalar com até 50 vacas por ano”, explica José Alberto Pires.

Pecuaristas conseguem valorização de até 30%

O mercado para bezerro de corte atravessa um bom momento, na avaliação do coordenador estadual de Bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), José Alberto de Ávila Pires.

O bezerro de boa genética, no momento da apartação, ou seja, na desmama, quando atinge entre seis e oito meses, com cerca de seis arrobas (180 kg), é vendido pelo preço aproximado de R$ 1.200, uma média de R$ 200 por arroba.

“Além de melhorar a qualidade do rebanho, o produtor também pode atender a este mercado de bezerro de corte. Em comparação com o preço do boi gordo em Minas, que possui preço médio de R$ 140 por arroba, o produtor consegue valorização de 30% ao vender o bezerro de corte melhorado”.

O produtor rural João Antônio Oliveira Rocha, de Virgem da Lapa, comprou um touro na Feira do Pró-Genética de Araçuaí. “Ao adquirir o touro, tivemos todo acompanhamento da Emater-MG na escolha do animal ideal e nos cuidados após a compra. Nós temos a garantia de que estamos adquirindo um bom animal com atestado de qualidade e procedência”, afirmou.

Repor perdas

Para o coordenador regional da Emater-MG, Diogo Franklin Caires, há uma mudança no perfil dos produtores rurais da região. “Com toda dificuldade enfrentada com a seca na região, houve diminuição na quantidade do rebanho. O produtor está em busca de melhorar a qualidade do atual rebanho para repor as perdas e ter um retorno maior”, afirma.

O criador Altamirano Pereira da Rocha participou dos eventos do programa realizados no Vale do Jequitinhonha neste ano e comercializou todos os animais que ofertou. “O resultado é muito satisfatório. Os eventos são bem organizados e o produtor recebe todas as informações necessárias. Muitas vezes o pecuarista adquire o animal e volta a nos procurar, na fazenda, para novos negócios. Ele tem a certeza que está levando um animal com muita qualidade”, diz.

“O produtor busca melhorar a qualidade do rebanho para repor as perdas e ter maior retorno” Diogo Franklin Caires - Coordenador da Emater-MG
 

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