Advogados de agressor de Bolsonaro afirmam estar recebendo ameaças

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
11/09/2018 às 14:50.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:23
A DPU informa ainda que presta assistência jurídica ao Adélio desde 11 de junho de 2019 (Divulgação/Assessoria de Comunicação do 2° BPM)

A DPU informa ainda que presta assistência jurídica ao Adélio desde 11 de junho de 2019 (Divulgação/Assessoria de Comunicação do 2° BPM)

Os advogados que representam Adélio Bispo de Oliveira, homem que confessou ter esfaqueado o candidato Jair Bolsonaro (PSL) na última quinta-feira (6), afirmam que estão recebendo ameaças de morte pelo telefone e pelas redes sociais. O caso já teria sido levado para as polícias Civil, Militar e Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil se manifestou em defesa dos profissionais.

Um dos quatro integrantes da equipe da defesa de Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães conta que já foi ameaçado em outras ocasiões, mas essa é a primeira vez em que sua família também é alvo. “Recebi ligações de pessoas que descreviam onde estávamos, por onde andamos, que horas chegamos, descrevendo todos os passos meus e da minha família”, diz.

O advogado registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia de Belo Horizonte e reportou as ameaças a autoridades de outras corporações. “Para a minha família, contratei segurança particular. Não me acovardei. Quero que essas pessoas respondam criminalmente”, afirma Magalhães.

Já Zanone Manuel de Oliveira, também integrante da equipe de defesa de Adélio, diz que as ameaças e os xingamentos não são tão expressivos quanto as manifestações de carinho que tem recebido nas redes sociais. “Tem gente que manda mensagem ou liga dizendo que quer pagar pela defesa do Adélio. Acredito que são pessoas que ficam com dó dele”, afirma Zanone, que não revela publicamente os nomes das pessoas que estão financiando os custos dos advogados.

Zanone é conhecido por defender criminosos famosos, como Gilberto Fernandes da Silva, o “Fura Bundas”, e Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola. “Na época em que comecei a defender o 'Fura Bundas', recebi muitas ameaças de morte. Teve gente ligando para as faculdades onde eu dava aula para questionar como a instituição poderia contratar o advogado de um assassino de criança”, lembra.

A OAB se manifestou por meio de um texto assinado por Bruno Dias Cândido, presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB/MG. “A seccional mineira igualmente repudia de maneira veemente todas as perseguições e ameaças ocorridas em face dos advogados (as) de defesa do investigado, visto que o Estado Democrático de Direito também assegura o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, que são exercidos pelos cidadãos, por intermédio de um ou mais advogados (as) devidamente inscritos nos quadros da instituição”, escreveu.

Insanidade mental

A defesa de Adélio Bispo de Oliveira protocolou nesta segunda-feira (10), na Vara Federal de Juiz de Fora, na Zona da Mata, um pedido para que Adélio passe por uma avaliação psiquiátrica. A intenção é verificar a sanidade mental do homem que confessou ter esfaqueado Bolsonaro, justificando que o ato foi a mando de Deus. Zanone acredita que o juiz deve tomar uma decisão sobre o assunto até segunda-feira (17).

Atentado

Bolsonaro foi esfaqueado na última quinta-feira (6) quando fazia ato de campanha no Centro de Juiz de Fora. Por causa do golpe, o presidenciável teve que ser submetido a uma cirurgia de emergência, realizada na Santa Casa do município.

No dia seguinte, Bolsonaro foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Nesta terça-feira (11), ele deixou a Unidade de Terapia Intensiva e foi transferido para a Unidade Semi-intensiva. O novo leito é destinado para os pacientes que exigem cuidados intensivos, mas que não necessitam de monitoramento permanente.

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