Ajuda também à imagem: atuação de empresas na pandemia reforça conceito de responsabilidade social

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br
18/04/2020 às 07:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:18
 ( Leo Lara/FCA)

( Leo Lara/FCA)

ontadoras de automóveis produzindo escudos faciais e reparando respiradores pulmonares. Fabricantes de óleo lubrificante e de itens de limpeza caseira produzindo álcool em gel. Bancos, construtoras e lojistas doando produtos e dinheiro. Não demorou muito para que empresas dos mais variados tamanhos e ramos de atividade entrassem no esforço de combate ao coronavírus. Uma forma de ajudar a solucionar gargalos na área da saúde e também auxiliar comunidades duramente atingidas pela pandemia. Uma rede de solidariedade que certamente ajuda a impedir números ainda mais trágicos. E que reafirma a importância do conceito de responsabilidade social. Além de, é claro, ajudar a alavancar a imagem junto ao cliente e a toda sociedade.

“A Fiat é uma das maiores empresas de Minas e procuramos usar toda essa estrutura para sermos úteis nesse momento de necessidade. Nós estamos inseridos na sociedade e, no momento, a prioridade deve ser oferecer respostas para lidar com essa situação. Procuramos nos planejar para colaborar com algo que fizesse parte das nossas competências. Por isso optamos por fabricar os escudos faciais; reparar ventiladores e respiradores e oferecer os carros em comodato aos governos”, destaca o presidente da FCA (Fiat/Jeep) para a América Latina, Antonio Filosa. 

A montadora doou ainda máscaras, macacões e álcool gel ao governo do Estado e às prefeituras de BH e Betim. E transformou parte de seu clube social na cidade da Região Metropolitana em hospital de campanha para atender pessoas com suspeita de Covid-19.

Já a filial brasileira da Petronas (petroleira da Malásia), que fabrica óleos lubrificantes em Contagem, correu para produzir oito toneladas de álcool gel 70°. Com a ajuda de parceiros, que forneceram insumos (embalagens, rótulos e distribuição), o material será distribuído nos próximos dias à Secretaria Municipal de Saúde; ao Projeto Assistencial Novo Céu e à Santa Casa de BH. 

“A situação na saúde pública mundial requer uma mobilização sem precedentes entre todos os setores. Por isso, consideramos um privilégio usar a capacidade de produção de nossa fábrica para colaborar com a redução dos riscos de contágio”, diz o diretor-geral Luiz Sabatino.

Interior
Muitas das ações surgiram integrando várias empresas num esforço coordenado. E não apenas na Grande BH. Em Paracatu Noroeste de Minas, a mobilização se deu em torno da Associação de Desenvolvimento Sustentável da cidade (Adesp). E envolveu Fiemg, o Sistema S, Kinross Brasil Mineração e Nexa Resources, entre outras. 

Em conjunto foi possível distribuir máscaras à população e dar suporte ao atendimento de saúde, com a compra de testes rápidos para diagnóstico e a lavagem e desinfecção de ruas com caminhões-pipa.

 Reputação positiva é cada vez mais importante nos negócios

Benefício à imagem sim, mas dentro de um contexto mais amplo. Para o especialista em Comunicação Corporativa e Gestão de Reputação José Guilherme Araújo, diretor da Ideia Comunicação, a responsabilidade social é um conceito abraçado bem antes da pandemia pelas empresas em geral. 

Num momento em que a luta contra a Covid-19 se torna assunto global, é natural que os esforços ganhem visibilidade maior. Parte de uma estratégia para reforçar a reputação positiva e a aproximação à sociedade.

“Nenhum negócio vai construir sua reputação com o que faz neste exato momento. Esse é um processo longo, constante. É como uma conta bancária, em que os aspectos positivos são os depósitos, e os negativos as retiradas. E é algo que cada vez mais impacta no consumidor. Há uma pesquisa de 2015 que mostra que, em 45 anos, os ativos intangíveis, que eram 17% do valor de uma empresa, saltaram para 84%. Assim como há estudos que comprovam que empresas com a imagem mais positiva vendem mais e se defendem melhor nas crises, por contar com a confiança das pessoas. Em Minas há uma espécie de licença social que não é um documento, mas um aval da sociedade, cada vez mais organizada e vigilante, que endossa a atuação de cada estabelecimento”.
 

Estrutura
Ele lembra que, em muitos casos, esse tipo de iniciativa se mostra natural, por um fator inerente à iniciativa privada. “As empresas possuem conhecimento, estrutura e, acima de tudo, capacidade de mobilização muito maior que a do poder público em muitos dos locais em que atuam. Por isso conseguem responder de forma rápida e eficiente a desafios como os que vivemos”. 


 

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