Alemanha firma acordo de gastar US$ 6,7 bilhões em ajuda a imigrantes

Estadão Conteúdo
07/09/2015 às 10:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:40
 (Reprodução/Youtube)

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O governo de coalizão da Alemanha concordou na segunda-feira (7) em gastar 6 bilhões de euros (US$ 6,68 bilhões) adicionais para ajudar pessoas que buscam asilo e reforçar as regras para imigrantes que procuram refúgio na Alemanha. Há expectativa de que o fluxo de entrada de imigrantes atinja níveis recordes do Pós Segunda Guerra Mundial neste ano.

Os líderes dos partidos conservadores do governo da chanceler Angela Merkel e os social-democratas chegaram ao acordo durante uma reunião realizada em Berlim. O governo vai fornecer 3 bilhões de euros para medidas como habitação e repasses para o próximo ano. Os governos locais devem receber 3 bilhões de euros a mais para cobrir custos relacionados com a questão da imigração.

Os dirigentes também concordaram em reduzir repasses em dinheiro para os requerentes de asilo e declararam que os países dos Balcãs Ocidentais como "de origem seguros", uma medida legal que irá reduzir significativamente o número de pessoas do local elegíveis para o asilo.

Os partidos propuseram mudar a lei e declarar Kosovo, Albânia e Montenegro como países seguros, permitindo que os imigrantes de lá sejam deportado de volta de maneira muito mais rápida do que atualmente. A câmara alta do Parlamento alemão tem ainda de aprovar esta alteração jurídica, o que exigirá o acordo com a oposição.

A chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha poderia ter orgulho da imagem que enviou para o mundo neste fim de semana ao acolher os imigrantes. Ela novamente pediu aos líderes europeus que trabalhem juntos para encontrar uma solução para a crise.

Numa entrevista coletiva com o vice-chanceler Sigmar Gabriel, ela disse: "Nenhum país na Europa pode dizer que não tem nada a ver com a crise."

As pessoas dos Balcãs Ocidentais, principalmente imigrantes econômicos, responderam por cerca de 46% dos pedidos totais de asilo da Alemanha na primeira metade do ano. Somente entre 0,1% a 0,2% dos pedidos vindos dos países dos Balcãs Ocidentais são aceitos na Alemanha, de acordo com o governo, mas a revisão aprofundada de tais pedidos leva tempo e tem ocupado a capacidade da Alemanha de rever candidaturas de imigrantes que possuem melhores perspectivas de receber asilo.

Uma parte fundamental do acordo de coalizão é também reduzir os incentivos financeiros para os imigrantes. Eles concordaram em cortar repasses de dinheiro para os imigrantes recém-chegados e substituí-los sempre que possível com outros tipos de ajuda. Pagamentos prévios serão limitados a um mês, em comparação com até seis meses no momento.

O ministro do Interior, Thomas de Maizière, disse que os repasses em dinheiro podem ser um incentivo para que as pessoas venham para a Alemanha, uma vez que os pagamentos aos requerentes de asilo são aproximadamente tão altos quanto o salário mensal de um policial no Kosovo ou na Albânia. Fonte: Dow Jones Newswires.

Merkel destaca papel da Alemanha, mas pede ajuda em crise de refugiados

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que seu país deve estar orgulhoso de si, após receber um fluxo histórico de refugiados no fim de semana, enquanto a França prometeu abrigar milhares de pessoas que fugiram de zonas de conflito.

O fluxo de imigrantes deve atingir o recorde do pós-Segunda Guerra neste ano, em uma corrente que deixa a União Europeia lutando para responder ao tema e os países em dificuldades sobre instituir um sistema de cotas.

A Alemanha, maior economia do continente, é de longe o destino mais popular para os imigrantes. Merkel reiterou seu pedido aos parceiros europeus para trabalhar juntos para encontrar uma solução para a crise. Funcionários disseram que esperavam 800 mil pedidos de asilo na Alemanha apenas neste ano.

"Nenhum país na Europa pode dizer que não está fazendo nada em relação à crise", disse Merkel em entrevista coletiva. Na segunda-feira, a coalizão governista do país decidiu gastar 6 bilhões de euros (US$ 6,68 bilhões) a mais com a questão dos pedidos de asilo e reforçar as regras para aqueles que buscam abrigo.

A França disse que receberá 24 mil pessoas que fugiram de zonas de conflito. "Eu não acho que podemos deixar a Alemanha sozinha lidar com isso", disse o presidente francês, François Hollande. Segundo ele, o país também prepara ataques aéreos contra o Estado Islâmico em posições na Síria, aprofundando seu envolvimento na guerra civil que produz a maioria dos refugiados que fugiram para a Europa. Até agora, o governo francês se concentrava em ataques contra os extremistas no Iraque, mas agora muda o foco e inclui a Síria em seus ataques aéreos.

No fim de semana, 22 mil imigrantes cruzaram a fronteira da Hungria via Áustria para a Alemanha, segundo estimativas de policiais. "O que estamos vendo agora irá ocupar e mudar nosso país nos próximos anos", afirmou Merkel, agradecendo autoridades em escala nacional, estadual e local. "Nós vivemos um fim de semana de tirar o fôlego." Fonte: Dow Jones Newswires.
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