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Terça-Feira,30 de Abril

Aliados de Berlusconi fazem protestos contra processos

Folhapress
11/03/2013 às 18:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:47

(Filippo Monteforte)

SÃO PAULO - Dezenas de parlamentares do partido Povo da Liberdade protestaram nesta segunda-feira (11) em Milão contra os processos judiciais aos quais responde o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, líder do partido. Dentre as ações mencionadas, está a de abuso de poder e prostituição de menores de 18 anos.

A manifestação foi feita em frente ao Tribunal de Milão e ocorreu depois que os juízes ordenaram que fossem feitos exames em Berlusconi para verificar sua afirmação de que um problema nos olhos o tornava incapaz de participar de uma audiência nesta segunda. Ele está internado desde sexta-feira.

"Consideramos isto escandaloso e não digno do funcionamento normal de um sistema de justiça de um país civilizado. Isso é extremamente grave", disse Angelino Alfano, secretário-geral do Povo da Liberdade.

A audiência desta segunda-feira (11) estava prevista para ser uma das datas finais no caso, em que Berlusconi é acusado de pagar por sexo com a ex-dançarina de boate Karima El Mahroug, mais conhecida sob o nome de palco Ruby, quando ela ainda era uma adolescente. A decisão final é esperada para 18 de março.

Os exames se somam a uma batalha jurídica e política cada vez mais amarga em torno de Berlusconi, enquanto os partidos lutam para lidar com as consequências da eleição de fevereiro que não deixou nenhum deles em condição de formar um governo.

Ele nega qualquer irregularidade. No entanto, os promotores acreditam que sua permanência no hospital pode ser apenas uma manobra para adiar os julgamentos. No sábado, os juízes rejeitaram o argumento de que ele era incapaz de ir a uma audiência do caso Mediaset, de fraude fiscal.

Processo

A manifestação acontece no dia em que a Promotoria de Nápoles, no sul da Itália, pediu que seja aberto um novo processo contra Berlusconi. Desta vez, o ex-chefe de governo é acusado de compra de votos de senadores da oposição.

Os promotores pediram o chamado "julgamento imediato" que, segundo normas do direito italiano, significa que existem provas "determinantes". A investigação foi aberta no final de fevereiro, após suspeitas de ter pago 3 milhões de euros (R$ 7,8 milhões) a um senador de esquerda.

O parlamentar Sergio de Gregorio teria votado contra projetos enviados pelo então primeiro-ministro Romano Prodi, que era de esquerda. Meses depois, ele deixou o partido e passou para o lado de Berlusconi, o que acelerou a queda do governo de Prodi, substituído em 2008 com menos de dois anos de mandato.

O próprio Gregorio confessou aos magistrados e à imprensa ter recebido a quantia, sendo dois milhões para mudar de partido político. Ele também será processado por corrupção ativa. Esta é a primeira vez que Berlusconi será processado por compra de votos, apesar de ter sido acusado diversas vezes por rivais.

Além deles, a promotoria deve julgar o ex-diretor do diário "Avanti", Valter Lavitola, condenado em 4 de março a dois anos e quatro meses de prisão por tentativa de extorsão contra Berlusconi com informações sobre suas festas com mulheres jovens.

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