Átimo Coletivo estreia videodança on-line e gratuita com diálogos sobre a criação artística

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
08/09/2021 às 22:07.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:50
 (Divulgação/ Átimo Coletivo)

(Divulgação/ Átimo Coletivo)

O Átimo Coletivo, composto por Bárbara Maia, Gustavo Felix e Emília Gomes, estreia, nesta sexta-feira (10), às 21 horas, a videodança “Adentro”, que tece diálogos entre a criação musical e a criação em dança. A apresentação tem acesso gratuito e classificação livre, pelo canal do Youtube de Barbara Maia (clique aqui), com versão também em audiodescrição. 

A montagem tem atuação, direção e coreografia de Bárbara Maia e nasce dos seus atravessamentos autobiográficos com sua avó materna, Maria de Sousa Miranda, falecida há 45 anos.

"Um solo desenhado a partir das vozes que ecoam sobre essa mulher, dada a impossibilidade do encontro físico. Um trajeto permeado por escutas e invenções, criando caminhos de encontro, retornando ao lugar vivido e construindo outras poéticas no agora", informou o coletivo, em nota.

O músico Gustavo Felix, além de atuar como instrumentista na montagem, trabalhou na composição sonora, que é interpretada pela cantora Juliana Amaral e também pelos instrumentistas Alef Caetano, Diego Mancini e Pedro Ramalho.Divulgação/ Átimo Coletivo

Apresentação tem acesso gratuito e classificação livre, pelo canal do Youtube de Barbara Maia

Para a escolha da linguagem da videodança, situada na interação entre dança e cinema, foram convidadas a diretora de fotografia e videomaker Luísa Machala, cujas pesquisas e experimentações artísticas situam-se nesta temática; e a colorista Luiza Almeida, da Rec Color. Emília Gomes é a responsável pela audiodescrição, pensada como recurso de acessibilidade e como camada a criar poéticas para o público de pessoas cegas ou com baixa visão.

Bárbara Maia conta que cresceu escutando sobre a sua avó, Maria de Sousa Miranda (1936-1976), nascida no bairro Castro, na cidade de Entre Rios de Minas, onde ela teve os filhos e onde faleceu, aos 40 anos.

“Cresci escutando sobre minha avó, sua força e sentindo como seu percurso segue ecoando aqui, na minha presença. Para este trabalho, voltei à casa onde ela residiu. Sabia desde o princípio da pesquisa coreográfica que os registros fotográficos sobre ela eram escassos; duas fotos, para ser exata. Adentrei nas memórias faladas, na história oral, contada por pessoas que com ela conviveram”, disse.

Nesse caminho, a coreógrafa percebeu que estava a lidar com frestas entre uma e outra história; com ausências de lembranças sobre alguns dos períodos da vida da avó; e com a possibilidade da imaginação sobre seus gestos.

“Estava a escutar, pelas palavras de quem se dispôs a partilhar memórias, também sobre as ausências. Me vi, então, criando sobre os espaços entre uma fala e outra, entre um gesto e outro das pessoas entrevistadas, abraçando a inexatidão daquilo que encontrei e confiando nas sensações que se transformavam em meu corpo”, adiantou a dançarina.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por