Íttala Nandi comemora volta ao cinema em 'Domingo'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
18/09/2018 às 19:37.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:31
 (Humberto Araújo-divulgação)

(Humberto Araújo-divulgação)

BRASÍLIA - Ittala Nandi retorna aos cinemas após quase três anos sem filmar com o longa-metragem “Domingo”, exibido na aberturo Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O último filme tinha sido “Índia – O Caminho dos Deuses”, que ela mesma dirigiu em 1991. Na pele de uma matriarca de uma família tradicional, que passa por várias situações justamente no dia em que Lula toma posse como presidente do país, a atriz de 76 anos também foi uma das homenageadas do festival, com o Prêmio Leila Diniz, dedicado às mulheres da cinematografia nacional.

 “Antes estava mais voltada para a televisão, que não fazia muito até então, fazendo novelas por dez anos na Rede Record. Ao mesmo tempo, eu fazia ponte aérea do Rio e Janeiro com o Paraná porque tenho uma escola lá – tenho notório saber em Artes Cênicas e pude criar três escolas até agora, que eram um grande sonho meu. Além disso, também escrevi muito. Tenho quatro livros editados. Não sou uma pessoa que consegue ficar parada. Todas essas atividades me tiraram um pouco do cinema e do teatro”, observa Íttala em entrevista ao Hoje em Dia.

 A atriz já está dez anos sem subir ao palco. Para quem deve sua formação ao teatro, é uma eternidade, como ela mesmo frisa. Íttala fez parte do grupo Oficina, de São Paulo, participando de peças importantes como “O Rei da Vela”. Ela também protagonizou o primeiro nu frontal do teatro brasileiro, ao protagonizar “Na Selva das Cidades”, montagem que teve uma passagem traumática por Belo Horizonte, quando Íttala foi jogada na plateia por seus companheiros de cena, levando-a a sair da companhia logo depois e a se dedicar ao cinema, trabalhando com os cineastas do Cinema Novo.

 Em “Domingo”, ela filmou pela primeira vez em sua terra natal, o Rio Grande do Sul. “Pelotas, onde filmamos, é de origem portuguesa. Eu nasci na Serra, em Caxias do Sul, com a colonização italiana acontecendo, claro, depois da portuguesa. Esses eram muito ricos, com casas maravilhosas e os filhos todos estudando na Europa. No filme, a casa está decadente, mas a esperança dela é que possa renovar. Uma cena que gosto muito é quando ela ouve o discurso de Lula. Ela ridiculariza um pouco, mas depois de ouvi-lo ela começa a pensar: 'O que vai acontecer conosco O que vai acontecer com a nossa classe O que vem por aí”, observa Íttala.

 (*) O repórter viajou a convite da organização do Festival de Brasília

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