14ª edição do Festival Internacional de Teatro de Bonecos leva 22 atrações ao CCBB

Paulo Henrique Silva/Hoje em Dia
03/09/2014 às 07:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:03
 (Marta Vidanes/)

(Marta Vidanes/)

Lelo Silva respira aliviado ao perceber que, com a criação do Festival Internacional de Teatro de Bonecos, ajudou a sepultar um velho tabu: o que associava marionetes a “festa de meninas”. Um dos nomes à frente da 14ª edição do festival, com início nesta quarta-feira (03) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o organizador agora enxerga um público cada vez mais entendido e participativo.

“Independentemente da grana, nossa prioridade é com a qualidade da curadoria. Penso no público o tempo inteiro e hoje posso dizer que já sei o que o povo de Belo Horizonte quer conferir”, observa Silva, que também dirige a Cia Catibrum de Teatro de Bonecos. De acordo com ele, o que atrai mais são o tema e a diversidade. “Há desde um teatro mais clássico, que exige uma grande estrutura de palco, até uma peça que será vista num trailer por 17 pessoas a cada vez”, destaca o curador, que trouxe para a capital mineira 22 atrações, voltadas para todas as idades, em cartaz até o dia 14, nos teatros I e II e no pátio do CCBB e em duas praças.

Confira a programação abaixo:

QUARTA

L’Ecole deVentriloques (20h, no Teatro I)
Tropeço (19h, no Teatro II)

QUINTA

L’Ecole de Ventriloques (19h, no Teatro I)

SEXTA

Diagnóstico Hamlet (20h, no Teatro I)
Tropeço (19h, no Teatro II)

SÁBADO

Entre Janelas (16h, no Teatro II)
El Cubo Libre (19h, no Teatro II)
Diagnóstico Hamlet (19h, no Teatro I)

DOMINGO

Entre Janelas (16h, no Teatro II)
El Cubo Libre (19h, no Teatro II)
O Som das Cores (19h, no Teatro I)

DIA 8

O Som das Cores (15h, no Teatro I)

DIA 10

O Quadro de Todos Juntos (20h, no Teatro II)
La Caravana de L'Horreur (19h e 19h30, no Pátio)

DIA 11

La Caravane de L'Horreur (17h, 17h30, 18h, 19h30, 20h e 20h30, no Pátio)
Otelo (20h, no Teatro II)

DIA 12

La Caravane de L'Horreur (17h, 17h30, 18h, 19h30, 20h e 20h30, no Pátio)
Otelo (20h, no Teatro II)

DIA 13

Festival de Caixas de Teatro (16h às 19h, no Pátio)
La Caravane de L'Horreur (15h, 15h30, 16h, 17h30, 18h e 18h30, no Pátio)
Historieta de un Abrazo (19h30, na Praça Floriano Peixoto)

DIA 14

Festival de Caixas de Teatro (16 às 19h, no Pátio)
Historieta de un Abrazo (16h, na Praça da Saúde)

 

Cenários de ‘L’École’ foram construídos na capital mineira

A produção belga “L’École des Ventriloques”, da Point Zéro, faz parte do grupo que Lelo Silva define como “teatrão”. Ele “namora” o espetáculo desde 2009, quando viu uma apresentação em Santiago, Chile. Os enormes cenários tiveram que ser construídos em Belo Horizonte, uma solução mais barata do que arcar com os custos de transporte.


Após o Festival Internacional de Teatro de Bonecos, “L’École des Ventriloques” ganhará os palcos do Festival de Londrina, no Paraná. As despesas são divididas entre as duas organizações. É uma forma de possibilitar a vinda de grandes espetáculos, de acordo com o curador. O mesmo acontecerá com “La Caravane de L’Horreur”, do grupo francês Bakélite, e “Diagnóstico: Hamlet”, do espanhol Pelmànec.

O inusitado “La Caravane”, que será apresentado no pátio do CCBB, seguirá para o Festival Internacional de Intercâmbio de Linguagens (FIL), no Rio de Janeiro. “Hamlet”, por sua vez, também está presente na programação de Londrina e Florianópolis. Nos três casos, o festival mineiro se responsabilizou pela construção dos cenários.

Silva fez questão de incluir dois espetáculos que fazem referência às obras de William Shakespeare, devido à efeméride dos 450 anos do dramaturgo inglês. Além de “Hamlet”, virá do Chile a peça “Otelo”, do Viaje Inmóvil. “São dois trabalhos fortes. ‘Hamlet’ leva o personagem para o consultório psiquiátrico, depois voltando-o para o palco”.

Outra novidade é o Festival de Caixas de Teatro, que contará com 11 apresentações. São pequenos palcos, para um, dois ou três espectadores, com roteiros curtos que variam entre um e dez minutos. “É uma técnica que está muito forte no mundo, principalmente na América do Sul”, registra o organizador do FITB.

SONHO ANTIGO

Na próxima segunda-feira, “O Som das Cores”, da Catibrum, terá uma apresentação especial, com a disponibilização de fones de ouvido para deficientes visuais. “Eu acredito mais no teatro quando ele é feito realmente para todo mundo”, assinala Silva, que comemora o fato de o festival ser realizado praticamente sob o mesmo teto.

“Era um sonho antigo meu. Belo Horizonte é uma cidade grande. Só mesmo o Festival Internacional de Teatro de Palco e Rua (FIT) consegue ocupar tantos espaços e envolver todo mundo”, pondera. Apenas “Historieta de un Abrazo”, da italiana Dromosofista, terá outro endereço, ocupando as praças Floriano Peixoto, em Santa Efigênia, e Saúde, no Grajaú.

SAIBA MAIS

“O Quadro de Todos Juntos”, do grupo mineiro Pigmalião Escultura Que Mexe, é uma das atrações da quarta-feira, dia 10, fazendo a sua première nacional. Em cena, um encontro de família no qual a realidade, o simulacro e o delírio confrontam-se em um quadro mais que verdadeiro. Cada um de seus integrantes expõe seus mais íntimos e secretos desejos.






 

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