A animação 'Minha Vida de Abobrinha' fala sobre o universo das crianças órfãs

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
01/04/2017 às 11:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:58

Garoto mata a mãe sem querer e vai parar num orfanato, onde conhece outros meninos que vivem a mesma angústia, presos a um passado familiar em grande parte complexo, como envolvimento de pais com drogas, deportação, esquemas ilícitos e assassinatos.

Essa premissa do filme franco-suíço “Minha Vida de Abobrinha”, disponível agora em video on demand, com distribuição da Sofá Digital, pode assustar os pais mais incautos, mas tem linguagem cuidadosa na maneira como respeita os sentimentos das crianças.

Feita com a técnica de stop-motion e com um visual muito diferente das animações que nos acostumamos a ver, passando através de seus traços despreocupados com o realismo uma textura que vai da melancolia à ternura, a produção trabalha temas espinhosos com inteligência e doses de humor.

O aspecto que mais chama a atenção é a forma como se permite um segundo olhar, não deixando que impressões superficiais e estereotipadas predominem. É o caso do menino briguento da turma, com quem o protagonista, Abobrinha, aprende a travar contato, enxergando um garoto órfão como ele.

O filme só tem 66 minutos, síntese que diz muito sobre suas intenções: não há cenas musicais ou exageradamente melodramáticas, para conquistar a imediata adesão do espectador. Nesse sentido, é muito direto e crível, sem, porém, perder de vista a sensibilidade na abordagem de temas fortes.

A chave usada pelos diretor Claude Barras é buscar entender o sentimento de descoberta e medo de cada garoto como reações naturais a uma realidade tão complexa como é a do ser humano.

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