A nova trama de Regina Misk

Lady Campos - Hoje em Dia
17/01/2016 às 08:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:03
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

Quem tem mais de 30 anos e gosta de moda certamente já ouviu falar no trabalho da designer Regina Misk, de 53 anos. Referência no trabalho artesanal (tricô e crochê) na capital, a estilista, que passou os últimos 15 anos nos bastidores, desenvolvendo produtos para marcas como Patogê, Iorane, Victor Dzenk, entre tantas outras, está de volta ao circuito fashion e do design com o Inventive Bureau. “É um projeto, um embrião. Estou voltando para as minhas criações; é quase como um hobby”, descreve se referindo ao trabalho autoral em roupas e mobiliário.

Junto com o resgate da própria essência e da paixão pelo handmade, mais precisamente pelo tricô, Regina sente a necessidade de conquistar novos públicos. “Quero levar meu trabalho para essa nova geração que não o conhece. Meu auge foi nos anos 80 e 90. Dos anos 2000 em diante eu estava fazendo o trabalho nos bastidores e, então, a turma nova não me conhece”.

Em novembro do ano passado, a designer lançou coleção-cápsula de roupas em parceria com a jovem designer Domitila de Paulo, com quem trabalhou durante muito tempo na Patogê. “Ela (Domitila) é uma jovem designer, já ganhou o concurso Casa dos Criadores, e recentemente, a convidei para fazer comigo uma mini-coleção, para ficar com cara bem jovem”.

Regina Misk também tem se destacado por dar nova roupagem a mobiliário antigo, utilizando o tricô, o crochê e outras técnicas artesanais. Cadeiras, poltronas e banquetas (algumas de antiquários) com design das décadas 50 e 60 ganham nova identidade.

“Na época em que tive loja desenvolvi uma poltrona com desenhos (técnica intársia) em tricô. Era só para compor a vitrine e um monte de gente adorou a peça. Não dei importância pra isso. Há dois anos fui visitar meu filho em São Paulo e resolvi passear por antiquários. Vi umas peças e gostei. Comprei mobiliário e comecei a customizar e a criar”.

Uma pequena parte do mobiliário desenvolvido pela designer estará exposto, em fevereiro (15 a 18) deste ano, no Mube, durante a Paralela Móvel. “É uma feira de pedidos. Tem mostruário. Meu foco será explorar alguns trabalhos exclusivos juntos a arquitetos/decoradores. Acho legal”.

Não é a primeira vez que Regina Misk expõe sua arte. Em 2013, ela se entusiasmou e apresentou as peças de mobiliário já customizadas no restaurante, na Savassi. E, em 2014, participou do circuito Paris Design Week 2014, expondo suas peças na Galerie Joseph Turenne.

Tricô desde sempre

O tricô é paixão desde a adolescência, quando começou a desenvolver peças que levavam seu nome para lojas da capital. “Comecei com o tricô adolescente ainda. Nasci no Brasil e a minha família mudou pra Portugal. Moramos lá por mais de 10 anos. Na época da revolução do Cravo Vermelho (1974), recebemos muitas amigas portuguesas aqui, em Belo Horizonte. E elas (amigas) faziam muita coisa em tricô e vendiam para as lojas. Aí, pegaram uma encomenda e não quiseram tocar o negócio e me perguntaram se eu não queria assumir. Fazíamos tricô a mão e em casa. Peguei a encomenda e também o gosto”, conta a estilista.

Em meados dos anos 80, Regina Misk criou sua própria marca; abriu e fechou lojas em BH na década de 90, atuou e ainda trabalha nos bastidores, desenvolvendo produtos para marcas diversas.
 

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