A principal estreia desta quinta nos cinemas recicla o velho 007

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
05/11/2015 às 07:24.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:20
 (Divulgação)

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O diretor é o mesmo. O protagonista, idem. Os roteiristas também. Por razões até agora desconhecidas, a estreia de “James Bond contra Spectre”, nesta quinta-feira (5), nos cinemas, parece ter reiniciado a “configuração” do mais famoso espião da ficção, novamente viril, imbatível, mulherengo e arrogante.

É a mesma roupagem (ou smoking) usada por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan, antecessores de Daniel Craig na pele de 007. Quando recebeu o bastão, em 2006, o ator britânico tinha a missão também de atualizar a franquia.

Com “Cassino Royale”, “Quantum of Solace” e “Operação Skyfall”, Craig se mostrou um agente sensível e humano, não só apanhando muito como também sofrendo por conta de traições, paixões e descobertas sobre seu passado misterioso. No penúltimo filme, o viés era todo feminino e/ou materno.

Em “Spectre”, os produtores voltaram a pôr Bond em “maus lençóis”, exibindo-o como um viciado em sexo, que, de maneira artificial, é capaz de interromper a ação por alguns minutos – na verdade, segundos – em prol do prazer. Na primeira vez que abusa de seu charme, flertando com a personagem de Monica Bellucci, o sexo surge como um “favor” à mulher viúva e carente. Ele também retribui os serviços da secretária Moneypenne, solicitando-a para ir ao seu apartamento. Na cena seguinte, já está vestido com um robe.

Enquete:

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Talvez seja o filme (o 24º da série criada em 1962, baseada nos livros de Ian Fleming) que Bond mais interage com os coadjuvantes, mas os diálogos são sempre “cirúrgicos”. Estão sempre a reboque da ação, da sequência interminável de tiros e luta. Um bom exemplo está na tradicional cena de abertura, antes dos créditos, que já põe 007 em meio à ação. Há um longo plano-sequência, sem cortes, durante a comemoração do Dia dos Mortos no México. Ele usa uma mulher para poder se infiltrar numa festa e, da janela, mirar seu alvo.

Como um robô programado, Bond só faz cumprir o pedido de sua ex-chefe, M, enquanto o mundo parece cada vez mais interligado por uma rede que domina os armamentos e que pode cair em mãos erradas – uma preocupação que está em nove de cada dez filmes de ação ultimamente.

A única questão que se pode extrair de “Spectre”, para além dos bons momentos de ação, é a razão de insistirem tanto em mostrar políticos manipulados por organizações terroristas, eleitos ou encaminhados de forma legítima. Elemento que está na espinha dorsal das tramas desse 007 de Daniel Craig.

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