Alberto Mussa lança romance policial no ‘Sempre um Papo’ em Belo Horizonte

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
30/09/2014 às 07:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:24
 (Tomaz Rangel)

(Tomaz Rangel)

Com uma pitada de expectativa sim, Alberto Mussa chega a Belo Horizonte para, pela primeira vez em sua vida (o carioca contabiliza, atualmente, 52 anos), fazer um lançamento literário por aqui – e olha que o moço tem raízes mineiras (mais precisamente, em Viçosa e Conselheiro Lafaiete). O autor participa, nesta terça-feira (30), às 19h30, na Sala Juvenal Dias, do Palácio das Artes, pelo projeto “Sempre um Papo”, de debate e sessão de autógrafos do livro “A Primeira História do Mundo” (Record), trama policial criada em torno de um fato real: o primeiro registro formal de um assassinato no Rio de Janeiro.

Evidentemente, embora seja seu “batismo” na capital mineira, Mussa tem participado de eventos afins pelo país. O que lhe apraz sobremaneira. “Para o escritor, é um contato mais instigante, concretizado diante de pessoas que não são necessariamente especialistas, mas leitores, que vão lá fazer as suas perguntas”.

“A Primeira História do Mundo” integra um projeto do autor, o de uma série de cinco títulos (este é o terceiro) que visam recontar a história do Rio de Janeiro, por meio de romances policiais, e cada um situado em um século. “A ideia é fazer um grande painel. Observei que há muitos estados que têm a tradição de inspirarem romances históricos (de autores locais), o que, de alguma forma, acaba fornecendo este painel. Em Minas Gerais, por exemplo, o Autran Dourado, ou o Erico Verissimo, no sul do país. E, ainda, Josué Montello, no caso do Maranhão”.

Já em relação ao Rio de Janeiro, acrescenta, “isso é muito raro”. “Há, claro, romances históricos sobre o Rio de Janeiro, mas muitos não foram escritos por cariocas. O Rio tem muito característica machadiana de representar o contemporâneo, o que está vendo (agora).

Quis preencher uma lacuna, da qual sinto falta em relação à cidade”.

Ele ressalta, porém, que não faz uma pesquisa como um historiador faria. “Evidentemente, sempre vou tomar o cuidado de verificar o que é preciso, em termos de informação, para montar o livro. Tenho uma biblioteca específica (de viés histórico), não são muitos, os livros, mas suficientes para me dar o perfil, ver quais eram as leis vigentes na época, como era a apuração de um crime naquele período... Ou seja, não é uma pesquisa no sentido acadêmico do termo”, enfatiza. “É uma leitura para preencher a cena que se quer descrever”.

O martelo foi batido pelo século 16 sem grande dificuldade. “Um período de mulheres guerreiras, muitas das quais viviam sem marido”.

Ao se deparar com um caso real – a morte (por flechadas) do serralheiro Francisco da Costa, em 1567, ficou ainda mais motivado, principalmente pela personagem Jerônima Rodrigues, casada com a vítima. Era, pois, o mote para versar sobre a pressão que afetava as mulheres de uma sociedade predominantemente masculina. “O que o romance conta, no fundo, no fundo, no subterrâneo, é a história de Jerônima, uma representante das mulheres naquele século”. E, apesar de se passar na cidade do Rio, ele lembra ser uma história que tem valor para se entender a formação do Brasil em geral.



 

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