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Roupa com modelagem versátil, que pode servir tanto homens quanto mulheres, com manequim acima de 42, no melhor estilo plus size; para o dia a dia e para ocasiões especiais, como festas e casamentos. O leque de referências aponta ainda para elementos outros, como inspirações e temas que exploram lugares – a Patagônia argentina, ou Praga, na Europa Oriental – e culturas, a exemplo do universo nômade e dos projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx. As propostas poderiam muito bem se encaixar em um mix de marcas e coleções de algum grande evento de moda, mas fazem parte do desfile de formatura da 18ª turma de Design de Moda da Universidade Fumec. Divididos em quatro blocos, as apresentações mais conhecidas como Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) aconteceram no sábado, último dia 7, no Alta Villa, Belvedere, e passaram pela aprovação de professores e da banca examinadora, bem como de familiares e amigos. “O desfile é o formato mais apropriado para dar visibilidade ao trabalho do aluno e permite que ele crie o seu portfólio antes de sair da faculdade, ou seja, assume um compromisso consigo mesmo”, acredita a coordenadora do TCC, a professora Cássia Macieira. Chão de fábrica Do total de 28 formandos, 22 desenvolveram looks e mostraram três deles na passarela. O desfile, com direito a todos os elementos que o envolvem – montagem de look (styling), maquiagem, iluminação, trilha sonora – funciona, segundo Cássia, como um termômetro para testar a receptividade do público, ao mesmo tempo que aperfeiçoa o desenvolvimento de trabalhos futuros. Antes de exercitarem conceitos e bases teóricas na passarela, Cássia explica que os alunos apresentam, com um ano de antecedência, um pré-projeto. A escolha do tema envolveu, ainda, estudos, pesquisa temática (iconografia) e teórica. “Esse trabalho culminou em material gráfico, texto e dez croquis. Em seguida, os alunos dedicaram mais seis meses à execução do projeto. Nesta segunda etapa, foram acompanhados por um professor orientador. “Considero um momento de preparação para o mercado, na medida que conseguem pensar de forma interdisciplinar o conhecimento que adquiriram no curso e enxergar desde problemas de mão de obra à ‘experimentação’ com tecidos e técnicas e sua viabilidade (ou não). Funciona com tudo ao mesmo tempo agora”, acrescenta a professora e orientadora Carla Mendonça. No final das contas, a grande surpresa: coleções únicas e que carregam o DNA de seus criadores. O desafio foi lançado e, agora, resta aos jovens talentos encarar o concorrido mercado de trabalho. Se depender de criatividade, inovações e soluções na moda, essa turma tem emprego garantido! Coleções com inspirações e universos diferenciados Os significados que o vestuário assume ao longo do tempo e a estética feminino/masculino nortearam o desenvolvimento da coleção “Reverso”, de Anna Júlia Maciel e Paula Lobato. Com pegada urbana, a roupa se pauta em adaptações – ajustes, recortes e trespasses – na intenção de vestir homens e mulheres. A temática de desenvolver roupas sem gênero também foi utilizada por Isabella Marins. Em “Intermináveis Silhuetas”, tema da coleção, a designer explorou modelagens mais retas e cartela pontuada por cinza, verde, terra e branco. A veia lúdica serviu de ponto de partida para “Valadólares”, coleção de Luma Valadão inspirada nos valadarenses que migraram para os Estados Unidos com o intuito de fazer um pé de meia. Estampas alegres e o shape esportivo serviram de aperitivo para o público jovem. Exclusivo O universo punk-rock foi revisitado com“Destone – Quase famosos”, de Priscila Sampaio e Luísa Perilo. Estampas de arabescos e bordados de pedraria imprimiram diferencial às peças da coleção. Com estamparia exclusiva, inspirada na metamorfose das borboletas, Layse Moraes criou looks bem comerciais em tecidos leves e fluidos. Isabela Ribeiro, por sua vez, confeccionou roupas a partir de composições em pedaços de tecido retangular e com cantos levemente chanfrados em diagonal. “Facetas” é o tema da coleção com inspiração na lapidaçãodenominada “esmerald cut”. Tecidos planos se misturam às tramas do tricô na coleção de Geórgia Brant. “Raízes e Essências” carrega perfume de passado por força da tintura tie dye e da lã entrelaçada. O mix de tons é a tônica da coleção de Leonora Lamego, que misturou cores primárias, secundárias e terciárias em recortes, detalhes e texturas. Já Núbia Pereira Dias desenvolveu vestidos de noiva inspirados na arquitetura do castelo inglês Royal Pavilon, abusando de plissados e tule ilusione na composição dos modelitos dignos de parar o trânsito.