O artista plástico carioca André de Castro, de 27 anos, estava nos Estados Unidos quando, em 2013, eclodiram as manifestações de rua no Brasil. Mas de maneira alguma se sentiu “fora” do processo, como observador arguto que é. “As redes sociais tiveram um papel importante de conectar, através de hashtags, por exemplo. Não tive uma ‘visão de fora’, me senti acompanhando tudo”, diz ele, que, antes, como morador de Nova York (mais precisamente, do hypado Brooklyn), já havia observado com atenção o Occupy Wall Street. Esses movimentos, somados aos preconizados principalmente por jovens na Grécia e na Turquia, deram a André munição necessária para dar vazão à sua criatividade, na série “Movimentos”, que chega agora ao Centro Cultural Banco do Brasil BH (Praça da Liberdade), depois de passar pela Art Basel Miami, pela “BKLYN Fair”, no Dumbo-Brooklyn; e de ter ocupado a Opus Galery, no Chelsea, Nova York. A exposição é composta por telas em silkscreen, com uma série de retratos e referências de jovens com os quais o artista entrou em contato... sim, pelas redes sociais. Conectado “Para se ter uma ideia do quanto o virtual, hoje, está conectado com o real, entrei em contato com uma moça da Turquia e ela me respondeu cinco minutos depois, dizendo que conversaria comigo, sim, mas não naquele momento, pois estava correndo da polícia”, exemplifica. Já a ideia do silk veio da constatação de imagens que se eternizaram neste formato, de ícones como Che Guevara ou Obama. Mas não, ele frisa que não tem essa pretensão quanto ao seu trabalho. “A múltipla agência individual é que está sendo valorizada, o conjunto formado por indivíduos únicos”, frisa. “Movimentos” – A exposição poderá ser vista até 25 de maio, no Centro Cultural Banco do Brasil BH, de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h. Entrada franca. Telefone: 3431-9400