Animação musical 'Sing 2' é opção para as férias nos cinemas

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
01/01/2022 às 14:19.
Atualizado em 04/01/2022 às 00:17
 (UNIVERSAL/DIVULGAÇÃO)

(UNIVERSAL/DIVULGAÇÃO)

Como o primeiro filme lançado em 2016, “Sing 2” é uma grande homenagem aos musicais americanos, a começar pelos temas – os bastidores de uma produção que nos remete a “Embalos de Sábado à Noite” e “A Chorus Line” e o duro desafio de personagens em vencer no showbiz, como em “Nasce uma Estrela”, “Fama” e “La La Land”.

Está tudo lá, desde o garoto que vem de uma família de criminosos e tenta escapar de sua sina a partir da bela voz até o dono de uma companhia que está disposto a tudo para não deixar o show parar. A diferença é que são animais que tomam o lugar de humanos, em mais um exemplo de antropomorfismo que está na origem da animação.

A fidelidade a este universo é tamanha que, muitas vezes, esquecemos que se trata de desenho, já que o filme de Garth Jennings se esforça para ser o mais verossímil possível. Com exceção da senhorita Crawley, veterana secretária do protagonista Buster Moon, responsável pelos poucos momentos de humor, com olhos saltando de seu rosto.

“Sing 2” também busca ser tão grandioso, em seus cenários, figurinos e movimentos de câmera, quanto os musicais de carne e osso, com o mesmo fim de mostrar a entrega de todos os participantes para garantir um espetáculo soberbo. Neste sentido, o filme acaba levando a sério demais e retomando velhos problemas de discurso.

São inúmeros exemplos transplantados para a fauna: a garota tímida e talentosa, na pele de um elefante (gorda e depressiva); o jovem que tenta sair do mundo do crime, encarnado por um primata; e ator e cenógrafo de trejeitos afeminados, representado por um porco. São associações perigosas e que merecem um pouco de atenção por parte dos roteiristas.

Ao passo que personagens “brancos” ganham outro tipo de identificação: um artista veterano como leão (voz de Bono Vox), uma secretária dedicada (cão) e um simpático protagonista coala, entre tantos outros. Se já não bastasse essa equivocada abordagem de raça e gênero, “Sing 2” também tropeça ao mostrar as relações trabalhistas.

Os profissionais que fazem parte da casta de baixo do espetáculo, como carpinteiros, serralheiros, maquinistas, costureiras e bailarinos, surgem praticamente sem voz na animação, que se torna mais evidente quando recebem tratamento diferenciado pelos personagens principais.

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