Aniversário com arte e reflexão; celebrando 121 anos, capital ganha novas exposições

Lucas Buzatti
12/12/2018 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:31
 (Ricardo Laf/Divulgação)

(Ricardo Laf/Divulgação)

Belo Horizonte completa, nesta quarta-feira (12), 121 anos. Para celebrar a data com arte e reflexão social, a Fundação Municipal de Cultura (FMC) e a Secretaria Municipal de Cultura inauguram, em dezembro, seis novas exposições na cidade. Gratuitas, as mostras acontecem em espaços simbólicos da capital e abordam temas que vão da influência dos povos africanos na construção da cidade à história do Teatro Marília.

Diretora de Artes da FMC, Aline Vila Real destaca a exposição “NDÉ! Trajetórias Afro-brasileiras em Belo Horizonte”, que fica em cartaz durante dois anos no Museu Abílio Barreto, com uma série de atividades interativas. 

“A exposição propõe a valorização da cultura negra e o reconhecimento dela como estruturante em cidades como BH”, afirma. “Como estamos falando de um museu histórico, houve esse olhar para trazer o assunto não só como tema, mas como um espaço a ser ocupado”, completa.

Nesse sentido, Vila Real aponta outras duas exposições que problematizam o racismo e enfocam o protagonismo negro na cidade. “A exposição ‘Faca Cega’, de Paulo Nazareth, também traz essa discussão, ressignificando o espaço museal ao ocupar jardins e biblioteca do Museu de Arte da Pampulha (MAP). São mais de 40 obras, de diversos formatos, que dialogam com a região metropolitana”, coloca.

Ela lembra a importância de Nazareth para o cenário nacional das artes visuais. “É uma forma de radicalizar o museu como local de ação propositiva e não apenas passiva”, diz.

Reconhecimento

A outra exposição é “Quilombos Urbanos e a Resistência Negra em Belo Horizonte”, que traz o acervo de três quilombos urbanos de BH: Manzo Ngunzo Kaiango, dos Luízes e de Mangueiras. “São quilombos que foram reconhecidos como patrimônio imaterial da cidade em dezembro de 2017. A exposição reforça que o reconhecimento não pode ser apenas institucional mas deve ser entendido como cultura viva”, ressalta. 

Vila Real reitera a importância de manter os debates ativos durante todo o ano. “A arte negra não se resume apenas ao FAN (Festival de Arte Negra). Ela diz de BH, da nossa cultura. Não se trata apenas de objeto de pesquisa, mas do cotidiano, da vida da cidade”, sublinha. 

Memória

A diretora da FMC frisa, ainda, a importância da exposição “Teatro em Construção: O Marília nos seus primeiros 20 anos”. “Além de homenagear esse espaço primordial para Belo Horizonte, a exposição nos dá a possibilidade de reviver o passado pensando num futuro próximo. Ela trata de um período muito similar ao que vivemos agora, quando os artistas estavam bastante ativos, sem muitas fronteiras entre arte, política e estética”, afirma Vila Real, que chama a atenção para as atividades do edital “Cena Plural”, que também continuam agitando a cidade até o fim do ano.Editoria de Arte

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