Apaixonados por folia fazem questão de trocar as festas tradicionais pelos blocos e shows de BH

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
26/02/2014 às 08:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:17
 (André Brant)

(André Brant)

Todos que posaram para a foto ao lado são apaixonados por Carnaval. Uma turma que dividiu casa para curtir a folia em Diamantina durante os primeiros anos deste século e depois seguiu para algumas festas momescas bem famosas – como Olinda, Rio de Janeiro e Tiradentes. Mas em 2014 todos decidiram não encarar a ponte aérea nem a estrada. Vão ficar para brincar o Carnaval de Belo Horizonte.

Até pouco tempo atrás, se algum deles contasse aos amigos que passaria o Carnaval na capital mineira, logo seria taxado de “louco”. Nessa turma de pessoas na casa dos 30 anos – formada em tempos de faculdade –, viajar era quase uma obrigação.

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Uma das responsáveis pela mudança de comportamento na turma foi a ergonomista Glícia Gomes, de 33 anos. Seu primeiro Carnaval em Belo Horizonte foi em 2011, um ano depois de conhecer a grande festa de Pernambuco. “Não havia planejado nada e é difícil viajar em cima da hora. Descobri alguns amigos que haviam ficado na cidade e, no boca a boca, fomos descobrindo os blocos”, conta Glícia.

No ano passado, ela tentou convocar a turma a ficar em Belo Horizonte, mas os amigos ficaram todos descrentes. “Quando a Glícia me contou que o Carnaval de Belo Horizonte estava bom, eu disse ‘truco, não acredito’”, lembra a fisioterapeuta Silvia Camargo, de 36 anos.

Silvia ficou para o Carnaval no ano passado, mas por pura necessidade, porque estava estudando para um concurso público. “Fiquei revoltada, mas resolvi pular o Carnaval por dois dias. Fui no Samba do Queixinho e no Bloco da Alcova Libertina. Gostei tanto que agora estou fazendo propaganda. Vou pular Carnaval os cinco dias, sempre fantasiada”, afirma a fisioterapeuta.

O consultor de tecnologia Leonardo Salum, de 36 anos, vai curtir o Carnaval da capital pela segunda vez. Ele se impressionou com a quantidade de opções. “É tudo muito animado, para gostos diferentes: axé, samba, rock, tudo com o astral de Carnaval”.

Festa cresceu com boca a boca entre amigos

Não é difícil encontrar alguém que esteja se aventurando no Carnaval de Belo Horizonte pela primeira vez. Esse é o caso do analista de sistemas Felipe Ibrahim Aziz El-Corab, de 30 anos, que sempre curtiu a festa em sua terra natal, São João del Rei, ou em praias do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Além de não precisar pegar uma estrada cheia, ele sentiu que vai poder se divertir em casa. “Vários amigos que passaram Carnaval aqui ano passado me falaram que foi muito bom e que esse ano ficariam novamente”, afirma o rapaz.

A designer Bárbara Tampieri, de 26 anos, já passou Carnaval em Ouro Preto, Abaeté e Rio de Janeiro. Para Diamantina, foi cinco vezes. Chegou a vez de curtir a própria cidade. “Vejo um movimento muito bacana surgindo. Antes não tínhamos opção, se quiséssemos Carnaval, tínhamos que sair daqui. Só pelo ritmo dos bloquinhos, acho que vai ser bem legal”.

Descanso

A fonoaudióloga Valéria Lana, de 31 anos, viajará de Ipatinga para a capital pela segunda vez. “Ano passado, quis fugir do Carnaval e fui para Belo Horizonte para descansar. Mas os amigos me chamaram para os blocos e eu fui. Achei bom ser durante o dia, com muitas famílias e músicas gostosas. Consegui descansar e pular Carnaval ao mesmo tempo”.

Turista paulistana aprovou

A jornalista paulistana Priscila Tieppo, de 31 anos, estava sem planos para o Carnaval no início de 2013. Resolveu atender ao convite de uma amiga de Belo Horizonte e conferir a folia da capital mineira. Nem ela, nem mesmo suas amigas mineiras, sabiam bem o que encontrariam na folia.

“Quando cheguei, no sábado, já fui logo carregada para as ruas. As meninas me maquiaram no táxi e lá estava eu indo para o meu primeiro bloco de rua de BH”, conta Priscila. “O que me chamou mais atenção foi o clima familiar, muita gente de diferentes idades. Dos blocos que acompanhei, gostei muito do Baianas Ozadas, que cantava músicas de pessoas que admiro muito, como Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil”.

Quase todos os dias de folia de Priscila foram aproveitados no bairro de Santa Tereza e, mesmo com a falta de infraestrutura para a multidão que compareceu ao bairro da Zona Leste, ela não viu problemas no Carnaval de Belo Horizonte. “Não vi pontos negativos por onde andei. Gostei muito de curtir o Carnaval em paz e na companhia dos amigos. Foi muito divertido. Espero que BH mantenha o clima familiar e tranquilo dos blocos, onde todos podem participar sem medo”.
 

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